O PSDB e o governo Dilma (PT) querem entregar de vez o Pré-Sal para as transnacionais

O projeto de Serra só prejudica os interesses estratégicos do Brasil

Zika e microcefalia: O governo perde feio para o mosquito

As mulheres é quem devem decidir se prosseguem ou não a gestação

O que está por trás das denúncias e do apoio a Lula?

Com o momentâneo arrefecimento do impeachment de Dilma, disputa mira 2018

19 de março de 2020

Medidas de prefeitos da baixada não garantem a defesa da população


A reunião dos 9 prefeitos da Baixada Santista no dia 16 não respondeu ao principal problemas diante da pandemia do corona vírus que é como defender a população, a qual, em sua maioria, depende do SUS e precisa trabalhar para sobreviver.
Os dados levantados pelos prefeitos minimizam o estrago que o vírus fará.

Falam em 1.900 casos, 0,1% da população de 1.848.654 habitantes na baixada,  quando o próprio governo do Estado já assumiu que em um cenário menos grave estima que 1% dos 46 milhões de habitantes do Estado será contaminado, ou seja, na baixada esse número será no mínimo de 19.000 e não de 1.900 como dizem os prefeitos.

Há que se considerar que na população moradora da baixada há um contingente de idosos muito maior que a média nacional, o que significa que a infraestrutura para absorver os casos graves tem que ser maior, pois esse é o principal grupo de risco. Uma referência é o caso da Itália, onde a mortalidade chegou a 6,21% dos contaminados em função de ser um país com muito mais idosos. Se tomarmos essa comparação há um potencial de mortes por corona vírus na baixada de 1140 pessoas.

Na China 30% dos infectados precisaram de UTI. Mesmo que desconsideremos o maior número de idosos na baixada, a estimativa é que dessas 19.000 contaminados 5.700 precisarão de UTI, no entanto, em toda a Baixada, conforme divulgado pelos prefeitos, há um total de somente 464 leitos de UTI Adulto, dos quais 263 são em Santos.

E temos que considerar que existem várias outras doenças que precisarão de UTIs. A pandemia continuará nos próximos 2 a 3 meses e a média de utilização de UTI é de 15 a 20 dias. Com certeza, no pico da crise teremos de 1.500 a 2.000 pessoas precisando de UTI e elas não existirão, pois os prefeitos só pediram mais 90 leitos. Além de que muitas dessas UTIs estão em hospitais particulares e há que municipalizá-las para colocá-las à serviço de toda a população.

Parar a circulação de pessoas, já! Essa situação só será parcialmente atenuada se de fato as pessoas não circularem e só saírem para situações emergenciais, para que a quantidade e o ritmo de contaminação sejam menores. Nesse sentido as medidas adotadas pelos prefeitos também não respondem, pois não basta só “orientar” a suspenção das atividades não essenciais, como shopping, comércio, igrejas, cinema,etc, há que determinar que não funcionem.

Outro problema é quem irá pagar com os custos disso. Os empresários irão querer jogar nas costas dos trabalhadores o custo dessa crise econômica que se aprofundou com a pandemia e muito provavelmente o desemprego aumentará muito, os prefeitos não podem ficarem alheios a isso. O fórum dos prefeitos da baixada precisa garantir a estabilidade no emprego de todos trabalhadores e exigir que o governo do Estado e Federal tomem medidas nesse sentido. Assim como exigir a suspensão do pagamento da dívida pública aos banqueiros, a qual consome mais de R$ 500 bilhões todo ano, e usar esses recursos para enfrentar a crise.

6 de janeiro de 2017

A cada uma hora e meia, uma mulher é assassinada no Brasil.


Na virada do ano, uma vítima em Campinas e outra na Praia Grande.



Mais uma vida de uma mulher e seu filho foram tiradas pela violência motivada pelo machismo. O recente caso que ganhou destaque foi a chacina em Campinas. Sidnei de Araújo, 46 anos, técnico de laboratório, a cinco minutos da véspera de ano novo invadiu a casa da ex-mulher e a matou, além de Isamara Filier, estava seu filho e mais 10 pessoas, e depois se matou. Deixou uma carta cheia de agressões à ex-mulher, A vadia foi ardilosa e inspirou outras vadias a fazer o mesmo com os filhos, agora os pais quem irão se inspirar e acabar com as famílias das vadias“, afirma. 



Infelizmente este não é único caso, depois de passar a virada do ano na praia, a jovem Brena Santos Pereira, de 20 anos, foi assassinada pelo namorado Everson Lopes, de 21, dentro da casa dele, na Praia Grande. Ao longo do relacionamento, Brena e Lopes chegaram a morar juntos, entretanto, há dois meses, por conta do ciúme do acusado, a vítima decidiu sair de casa e voltou para a moradia de sua mãe. 


Os casos de violência que acabam em morte sempre começam com xingamentos, assédio sexual, agressões físicas não fatais, e quando as vítimas tentam sair destas situações de agressão muitas vezes não encontram apoio na família, e muito menos orientação e acolhimento nas delegacias da mulher. Em muitos casos a mulher vítima chega a registrar alguns B.O’s (boletins de ocorrência) contra o agressor mas nada é feito.  

Apesar de aprovada a lei Maria da Penha o Brasil é um dos países mais violentos para uma mulher, sendo o 5º no ranking de feminicídios. A cada 1 hora e meia uma mulher é assassinada, a cada 12 minutos outra é estuprada e a cada 5 minutos uma é agredida.  

Faltam investimentos na construção de casas abrigo, para acolher mulheres que precisam sair de suas casas para se livrar do agressor, construir mais delegacias de mulheres com profissionais capacitados para ouvir e orientar as mulheres que procuram ajuda. Em algumas delegacias, delegados chegam a desencorajar o registro do B.O., isso quando as mulheres conseguem ser atendidas. 

A crise econômica mundial agrava a situação de violência pois impõe um aumento dos níveis de exploração e opressão sobre a classe trabalhadora de conjunto e em especial aos setores mais vulneráveis, como as mulheres, negros e LGBT’s. A ameaça de desemprego, o endividamento das famílias, os cortes nos salários, deterioram as relações aumentando a insegurança e a violência. 

É preciso que a luta das mulheres contra o machismo e suas manifestações seja tomada por toda a classe trabalhadora, homens e mulheres, porque se é verdade que todas as mulheres são vítimas da opressão, são as mulheres trabalhadoras, por sua condição de duplamente oprimidas e exploradas, as que mais sofrem as consequências da violência machista.  




1 de novembro de 2016

NOTA DE SOLIDARIEDADE AOS ARTISTAS E DE REPÚDIO À POLÍCIA MILITAR DE SÃO PAULO



Foi com enorme indignação que os moradores de Santos assistiram aos atos de repressão por parte da Polícia Militar de São Paulo à Trupe Olho da Rua, no último domingo, quando apresentava o espetáculo "Blitz - O Império que nunca dorme", a qual representava justamente os desmandos dos militares.
Nos vídeos que circulam nas redes sociais, percebe-se de maneira nítida que a peça transcorria normalmente, na Praça dos Andradas, no centro de Santos, quando diversos policiais, incomodados com a apresentação, passam a investir contra os atores e os espectadores, subtraindo-lhes até mesmo objetos pessoais, como celulares.

Mas, afinal, o que levou a PM de São Paulo a agir desta maneira? Terá sido apenas mais um mero rompante de truculência por parte de indivíduos despreparados a atuar junto à população, ou há algo mais por trás desta atitude?

Antes de respondermos a esta pergunta, vamos refletir um pouco sobre o papel da Polícia Militar e o papel da arte em nossa sociedade.


O que é arte? Por que às vezes ela é tão reprimida?

Arte nada mais é do que uma forma de expressão e representação da sociedade. Ela acompanha o desenvolvimento histórico da humanidade, refletindo, em maior ou menor grau, o mundo concreto em que se vive, seja na forma de música, cinema, teatro, pinturas, esculturas, etc.
Sabemos bem que muitas vezes os artistas foram alvo de repressão em nossa história recente. No período da ditadura militar, encerrado há apenas trinta anos, diversos foram as obras de arte censuradas, atingindo inúmeros artistas que ousavam se contrapor à realidade política de então.
Isto ocorre justamente porque uma boa obra de arte leva as pessoas a refletirem sobre sua realidade, ainda que não seja esta sua intenção imediata. A arte, em resumo, é um espelho distorcido da sociedade, produto de um tempo histórico determinado.

Após toda esta reflexão, chegamos à pergunta: por que os artistas de Santos foram reprimidos pela PM de São Paulo? Talvez porque o espelho em que se viram refletidos os policiais foi realista demais para ser assimilado por eles. Um espetáculo de teatro, exibido em praça pública, representando os desmandos da Polícia, foi uma afronta terrível demais para ser engolida pelos agentes da lei.


Mas, afinal, a quem serve a Polícia Militar?

Muitos pensam que a Polícia Militar serve para "proteger a população". Na verdade, esta instituição, criada em plena ditadura militar, serve para "colocar as pessoas em seus devidos lugares". Ou seja, ela serve para reprimir manifestações do povo e para garantir a integridade dos ricos, poderosos e corruptos. Não é para proteger as pessoas, mas para intimidar a população e evitar que ela se revolte que a polícia assassina a juventude negra nas periferias, etc.
Ela é utilizada quando outros meios não deram certo. Basta um exemplo: se o governo federal busca retirar direitos dos trabalhadores, com o apoio do legislativo e do judiciário, e mesmo assim as pessoas saem às ruas para protestar, lá estará a PM com suas bombas e suas balas de borracha para reprimir o povo.
Para cumprir este tipo de papel, é inadmissível que a autoridade policial seja questionada, mesmo em uma peça de teatro. Não se pode pôr o dedo na ferida, e quem o faz é imediatamente reprimido. Assim foi no domingo na Praça dos Andradas.




O que defendemos?

Diante de tudo isso, expressamos nosso incondicional e irrestrito apoio à Trupe Olho da Rua e a todos os artistas que lutam dia a dia por sua sobrevivência, seja nos fazendo rir, seja mostrando o lado incômodo da realidade, seja fazendo as duas coisas ao mesmo tempo, como ocorria no domingo.
Exigimos a mais ampla investigação e punição dos envolvidos, desde os policiais que participaram da ação, quanto de seus superiores, incluindo o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, que não por acaso é do mesmo partido do prefeito, Paulo Alexandre Barbosa.
Somos a favor da desmilitarização imediata da policia, rumo ao fim da polícia militar. A estrutura militar que nega o direito à organização sindical aos policiais e a hierarquia militar com seus treinamentos preconceituosos e castigos físicos é responsável pela formação de policiais violentos e defensores dos ricos e poderosos. A qual é treinada para a guerra contra sua própria população, característica esta que se deve principalmente ao fato de ter sido criada em um regime autoritário.
Defendemos a mais ampla liberdade artística e cultural, e estaremos ombro a ombro na luta pela garantia de liberdade de expressão prevista na Constituição, mas que jamais será alcançada na atual sociedade capitalista, motivo pelo qual lutamos por sua destruição e pela construção de uma sociedade verdadeiramente livre: a socialista.



Diretório Municipal do PSTU/Santos.

9 de setembro de 2016

Mobilização dos trabalhadores desempregados do Cubatão ganha força



A luta dos trabalhadores desempregados de Cubatão está crescendo, ganhando apoio e repercutindo na imprensa. Antes víamos nos noticiários apenas a triste noticia do desemprego crescente na cidade, agora vemos a noticia de milhares de trabalhadores desempregados em luta, tomando as ruas. A força da mobilização obrigou os patrões a sentarem na mesa de negociação. Mas essa foi só a primeira batalha de muitas que virão. É preciso arrancar dos governos o direito a assistência ao trabalhador desempregado e lutar até a vitória final: a conquista de emprego para todos!
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A mobilização de trabalhadores desempregados não é novidade em Cubatão. A novidade é que agora já são milhares que se reúnem semanalmente para cobrar dos governos e patrões uma solução. Há semanas protestos com milhares de trabalhadores veem sacudindo a cidade. E não é pra menos. O desemprego em Cubatão está uma calamidade. Só o Sintracomos (sindicato da construção civil e manutenção industrial) tem um cadastro com 5 mil desempregados. O sindicato afirma que existem 10 mil na cidade. Já o jornal Santa Cecília afirma que o desemprego pode chegar a 13 mil na cidade.
A verdade é que a situação que já era ruim ficou péssima com o fechamento da Usiminas e escândalos de corrupção seguidos de demissões na refinaria da Petrobras. A privatização da antiga Cosipa, atual Usiminas, na década de 90, levou ao sucateamento da empresa, rebaixamento salarial, e agora, demissões. O plano dos governantes para a Petrobras é o mesmo.
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PARA ENFRENTAR O DESEMPREGO É PRECISO GARANTIR ASSISTÊNCIA AOS DESEMPREGADOS, UNIR OS TRABALHADORES EMPREGADO E DESEMPREGADOS NUMA GRANDE LUTA E POR PRA FORA TODOS OS GOVERNOS!
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Muitos companheiros estão desempregados há meses, às vezes há anos. É preciso arrumar emprego para todos, pois a assistência social não resolve o problema, mas é necessário, enquanto o emprego não vem, que os trabalhadores desempregados levem alguma coisa pra casa, que tenham passe de ônibus para sair de casa em busca de emprego e que sejam isentos de impostos e Taxas (água, luz, IPTU). Isso é o mínimo! A prefeitura, o governo do estado, o governo federal, arrecadaram muito na ultima década. Para as grandes empresas e bancos, que encheram os bolsos nos anos de crescimento, nunca falta dinheiro e isenções. Agora para os trabalhadores que produziram toda essa riqueza o governo não oferece nada. Os governos, a começar pela prefeitura, tem que prestar assistência imediata aos trabalhadores desempregados.
Para combater o desemprego é importante aumentar ainda mais o movimento. Unir as lutas dos trabalhadores desempregados com as lutar dos trabalhadores empregados. Unindo as várias categorias é possível construir um forte movimento, uma greve geral, para conquistar o emprego e barrar o ajuste fiscal. Os ricos é que devem pagar pela crise econômica!
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Os governantes que estão aí: Márcia Rosa (PT), Alckmin (PSDB) e Temer (PMDB) são aliados dos patrões e grandes empresários, chegaram ao governo com apoio deles e campanhas eleitorais financiadas por eles. Por isso tem a mesma receita para a crise, o tal ajuste fiscal: desemprego, inflação, corte de direitos, cortes nas áreas sociais (saúde e educação), reforma da previdência, dentre outras maldades. A Dilma, por exemplo, dificultou o acesso ao seguro desemprego, justamente no meio da crise, onde os trabalhadores mais precisam! Por isso é preciso unir os trabalhadores, fazer grandes greves e protestos para botar todos eles para fora e fazer eleições gerais com novas regras.
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Medidas emergenciais para combater o desemprego:
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  •   Cesta básica para todos os desempregados
  •   Transporte gratuito
  •   Isenção de taxas e impostos (água, luz e IPTU)
  •   Reestatização sem indenização da Usiminas e Petrobrás 100% pública para aumentar os investimentos e contratações
  •   Confiscar e estatizar todas as empresas que demitirem
  •   Redução da jornada de trabalho para 36 horas sem redução de salário
  •   Plano de obras públicas: construir uma empreiteira pública para construir, escolas, creches, hospitais e moradias populares
  •   Extensão do seguro desemprego para 2 anos enquanto durar a crise.

6 de julho de 2016


Declaração da Direção Nacional do PSTU
Um setor de companheiros deixou as fileiras do PSTU para formar outra organização. Essa ruptura se deu depois de meses de um debate interno, amplamente democrático, em que apareceram diferenças políticas, de programa e teoria.
A diferença mais importante foi em relação a que posição tomar diante da queda do governo de colaboração de classes de Dilma, formado pelo PT e seus aliados burgueses. O setor que agora rompe com o PSTU se colocou contra a política do partido que se expressou na palavra de ordem de “Fora Dilma, Aécio, Temer, Cunha, fora todos eles!”
Na opinião dos companheiros, o PSTU deveria adotar como palavra de ordem principal “Não ao impeachment” e, nesse contexto, afirmar nossa oposição a Dilma e Temer. Defendiam que nosso partido participasse de atos da Frente Povo Sem Medo para chamá-los à formação de um terceiro campo que tivesse como eixo o “Não ao impeachment”.
A maioria do partido rechaçou esta posição por considerar que o “Não ao impeachment” e a participação em atos da Frente Povo Sem Medo significava, na prática, a mesma postura política da campanha contra o suposto golpe, deflagrada pelo PT para tentar manter Dilma no governo. A Frente Povo Sem Medo, encabeçada pelo MTST e o PSOL, foi simplesmente a ala esquerda da campanha pelo “Fica Dilma”.
A posição dos companheiros não leva em consideração que o governo Dilma, do PT, ao trair miseravelmente os trabalhadores e ao atacar seus direitos, despertou entre eles um ódio mais que merecido. Os trabalhadores queriam que o governo saísse, e esse sentimento era correto e justo. O governo Dilma não era “progressivo” frente a uma alternativa burguesa qualquer, como Temer, por exemplo. Para os trabalhadores eram iguais. Portanto, não há que se defender um contra o outro e sim lutar contra os dois. Fora Dilma, Temer Cunha e Aécio! Fora todos eles!
Por outro lado, em nossa opinião, os companheiros dão uma importância às eleições burguesas maior do que elas deveriam ter para os revolucionários. Defendem que precisamos estabelecer, sistematicamente, alianças e frentes com partidos como o PSOL, que é uma organização reformista, porque nos apresentarmos sozinhos seria nos isolarmos. Essa avaliação se apoia numa visão de que vivemos mundialmente um longo período em que não estará colocada a possibilidade de revoluções socialistas, mas apenas de revoluções democráticas e que, portanto, é imprescindível eleger deputados e participar do parlamento.
A maioria do partido não concorda com essa visão. O projeto do PSOL é radicalizar a democracia. O projeto do PSTU é fazer a revolução socialista. São coisas completamente diferentes. Não há como apresentar e construir no movimento uma alternativa revolucionária junto com uma reformista. Elas se opõem. Frente única e unidade de ação fazemos com todos, mas para a luta da nossa classe. Para construir uma alternativa revolucionária, é preciso apresentá-la com nitidez aos trabalhadores.
A experiência do PT está aí para iluminar essa discussão. O PT nunca foi um partido revolucionário. Era classista e, por isso, progressivo. Mas quando decidiu buscar alianças com outros partidos porque queria ganhar as eleições de qualquer forma, se transformou em outra coisa, nisso que estamos vendo aí hoje.
Os companheiros não quiseram esperar o congresso do partido porque já não estavam dispostos a seguir defendendo a política da maioria de nossa organização.
O PSTU lamenta que tenham decidido romper, pois sua saída enfraquece, sem dúvida, a luta por um partido revolucionário em nosso país. Esse retrocesso é um fato. Mas a luta da classe operária por sua libertação está repleta de obstáculos e revezes. É neles que se forja nossa firme determinação de construir o partido revolucionário.
Sem dúvida cometemos muitos erros, mas temos o orgulho de poder mostrar uma trajetória coerente e uma bandeira sem as manchas do oportunismo e da colaboração de classes. É nessa trajetória que continuaremos.
Os jovens que há 40 anos fundaram a Liga Operária, depois Convergência Socialista e hoje PSTU, tinham, desde o princípio, o projeto político de construir um partido que lutasse para que a classe operária faça uma revolução, tome o poder, acabe com a exploração capitalista, com toda a opressão e construa o socialismo. Um partido internacionalista, ligado desde sua fundação a uma internacional revolucionária, a Liga Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional (LIT-QI). Disposto a fazer toda unidade de ação ou frentes para lutar pelos interesses dos trabalhadores, contra o capital e também contra toda opressão machista, racista ou lgbtfóbica, mas que nunca perca de vista esse objetivo maior.
Aos companheiros que acompanharam nossa trajetória nestes anos e ajudaram a construir o PSTU, mas principalmente aos milhares de operários e jovens que despontaram para a luta nestes últimos anos dirigimos este chamado: a hora é de intensificar esforços na construção dessa ferramenta revolucionária! Tomem esta bandeira em suas mãos!

16 de março de 2016

A odisseia de um terceirizado da Petrobras contra o desemprego

























Desde a explosão da Operação Lava Jato, cerca de 130 mil terceirizados da estatal foram demitidos; Raimundo Lima, caldeireiro, não está entre eles, mas não se sabe até quando. Nesta crônica da vida operária, Leandro Olimpio - jornalista e militante do PSTU - retrata um drama que é compartilhado por milhões de brasileiros: a ameaça do desemprego.


por Leandro Olimpio, para a revista digital Calle 2

A história de Ceará na Petrobras está guardada num sulfite A4. No bolso de trás da calça jeans, o currículo produzido para livrá-lo das assustadoras estatísticas de desemprego no país é apresentável. Está dentro de um papel pardo dobrado sem muito esmero, é verdade, mas esse detalhe parece ser capricho na vida de um operário que corre contra o tempo para não interromper uma história de 19 anos na Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão, que fica encravada no pé da Serra do Mar, no litoral de São Paulo.

Ceará, que é Raimundo Lima na certidão de nascimento, entrou em greve no dia 14 de fevereiro com uma tarefa espinhosa: escapar de um exército cada vez mais numeroso, o de terceirizados demitidos no Sistema Petrobras. E não se meteu sozinho nessa briga. Todos os dias, por volta das 7 da manhã, passou a se reunir com os colegas de trabalho na porta da refinaria para − religiosamente − tomar a mesma decisão: permanecer em greve. Assim que os dirigentes do Sintracomos (Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial) fechavam a assembleia, perguntando quem era a favor de seguir com o movimento grevista, erguiam os braços simultaneamente e soltavam gritos eufóricos para dizer em alto e bom som que ninguém ali abandonaria a luta. Certo dia, para surpresa e tristeza geral, um dos operários levantou o braço em defesa do retorno ao trabalho. Todos olharam pra trás, procurando o infeliz que resolveu quebrar a unanimidade. Era brincadeira.

Envolvendo cerca de 220 operários, não foram poucas as razões para a deflagração da greve. No fim do ano passado, a empresa em que Ceará trabalha, a MCE Engenharia − prestadora de serviços de manutenção na refinaria −, demitiu cerca de 20 trabalhadores e atrasou o pagamento de salários, participação nos lucros e benefícios. A situação, aparentemente pontual, se agravou. Calote no pagamento das férias de alguns funcionários, calote nas verbas rescisórias dos demitidos, calote no vale-alimentação. Os gerentes, que antes pediam compreensão, adotaram uma postura escorregadia e ignoravam os questionamentos sobre os atrasos. “Só repetiam não sei, não sei”. A quebra definitiva parecia uma questão de dias, mera formalidade. “Chegou uma hora que não tinha mais luva pra trabalhar, não tinha copo descartável pra tomar água”, lembra Ceará.

Alguns dizem que a ficha demorou a cair, percepção reforçada pela lembrança daqueles que até hoje buscam na Justiça as verbas rescisórias da Calorisol − empresa que antecedeu a MCE. Dessa experiência, ficaram duas lições. A primeira, garantir o pagamento de todos os direitos antes que a empresa resolva sumir − o que acontece com certa frequência. E, a segunda, lutar para que todos sejam admitidos pela empresa que for assumir o contrato com a Petrobras.

Por isso, Ceará não perdeu tempo e enfiou o seu currículo no bolso. Mas seria besteira reduzir sua história e chance de futuro a um pedaço de papel. O destino de um terceirizado que trabalha na manutenção da Petrobras depende muito mais do fiscal do contrato − função ocupada por um petroleiro concursado − do que de qualquer avaliação da empresa que irá assumir o serviço. Sempre foi assim, a nova empreiteira é oficialmente quem escolhe os funcionários, mas na prática o fiscal tem o poder de estipular quem ele quer que permaneça na Petrobras. A batalha, portanto, é ser um dos escolhidos para continuar na refinaria.

Ler a matéria completa em:
http://calle2.com/a-odisseia-de-um-terceirizado-da-petrobras-contra-o-desemprego/