O PSDB e o governo Dilma (PT) querem entregar de vez o Pré-Sal para as transnacionais

O projeto de Serra só prejudica os interesses estratégicos do Brasil

Zika e microcefalia: O governo perde feio para o mosquito

As mulheres é quem devem decidir se prosseguem ou não a gestação

O que está por trás das denúncias e do apoio a Lula?

Com o momentâneo arrefecimento do impeachment de Dilma, disputa mira 2018

22 de julho de 2013

Sábado, curso sobre Estado e Revolução na sede do PSTU

A regional Baixada Santista do PSTU promove neste sábado, às 9h, o curso Estado e Revolução na Concepção Marxista. Esta atividade faz parte de um ciclo de debates e estudos realizado por nós desde a eclosão das jornadas de junho, quando a juventude tomou as ruas do país.

Após a onda de mobilizações que sacodem centenas de cidades espalhadas pelo Brasil e a greve geral do dia 11, entendemos ser ainda mais necessário pensar nos rumos das lutas dos trabalhadores e da juventude. 

Neste sentido, é fundamental retomar a concepção marxista de Estado e Revolução. Por isso, fazemos um convite a todos os lutadores, a todos aqueles interessados em dialogar com o PSTU sobre os rumos desta nova etapa no país sob uma perspectiva socialista. Estamos de portas abertas para um debate amplo.

Como participar?
Para garantir sua presença, envie para nós um e-mail confirmando a sua participação com nome, telefone para contato, profissão e/ou local de estudo. Anote nosso e-mail de contato: santospstu@gmail.com.

Além disso, criamos em nossa fanpage no Facebook um evento com as principais informações sobre a atividade: Clique aqui para confirmar sua presença, também no facebook. Aproveite e curta nossa página para receber semanalmente nossas atualizações.

Contamos com sua presença!

18 de julho de 2013

Após 11 de julho histórico, é preciso organizar 30 de agosto pela base!

Uma semana depois daquele que foi um dos maiores dias de luta da classe trabalhadora brasileira nos últimos 20 anos, o 11 de julho ainda ecoa em conversas no chão de fábrica, postagens na internet e debates no interior do movimento sindical.

Não é à toa. No Dia Nacional de Greves e Manifestações, chamado por todas as centrais sindicais do país, o Brasil parou. E promete mais. Uma nova data já está agendada: 30 de agosto, mais um Dia Nacional de Paralisações.

A despeito de toda a manipulação midiática para desmoralizar e diminuir o alcance das paralisações, tivemos um dia histórico marcado pela entrada da classe operária em cena. E o melhor, em muitos lugares com o apoio da juventude, colocando em prática a aliança operário-estudantil.

Enquanto a imprensa burguesa divulgava uma suposta baixa adesão dos trabalhadores (usando como exemplo atos "pequenos" que reuniram "apenas" 10 e 15 mil pessoas), fábricas, refinarias, escolas e universidades de todo o país amanheceram em silêncio.

Na Baixada Santista, um dos pólos mais avançados do 11 de julho, não seria exagero afirmar que houve, de fato, uma greve geral. Refinaria e porto paralisados, rodovias totalmente obstruídas, comércio e agências bancárias de portas fechadas.

Os estivadores invadiram um navio, os petroleiros realizaram  uma greve de 32 horas e os operários da construção civil pediam mais. "Vamos parar amanhã também", gritou um operário, com o sorriso no rosto. Na frente das fábricas, os poucos trabalhadores que se somaram aos atos dos sindicatos sequer cogitaram entrar nas unidades e brincavam que "até pelego teve que parar", demonstrando que longe de ser uma data imposta à revelia dos trabalhadores, havia sim (e existe) uma forte disposição de luta entre os trabalhadores, fruto das mobilizações de junho.

Fruto também da insatisfação com a política econômica do governo Dilma, que segue privilegiando a sangria de metade de todo o orçamento do país para o pagamento de uma dívida que ninguém sabe se existe e que segue chegando na conta dos banqueiros e dos especuladores, enquanto áreas como educação, saúde e transporte continuam sucateadas.

O impacto do 11 de Julho na região foi tão grande que nem mesmo na imprensa houve espaço para distorções. Até jornais mais conservadores, como A Tribuna, se renderam à força das paralisações, colocando no dia seguinte como capa de jornal a manchete "Um dia para ficar na história". O jornal da TV Tribuna, afiliada da Rede Globo, dedicou todo o jornal do meio-dia a informações dos atos e greves.

É possível avançar, é preciso avançar!
Os reflexos deste dia sequer se esgotaram. Em relação ao porto de Santos, por exemplo, o maior porto da América Latina, especialistas dizem que a normalidade será retomada apenas em alguns dias. A força da classe trabalhadora em luta foi colocada em prática.

O sentimento de que Santos voltou a ser vermelha foi compartilhado por inúmeros ativistas que há anos não viam nada parecido. Neste sentido, é possível e é preciso avançar ainda mais na organização dos trabalhadores, realizando em 30 de agosto um dia ainda maior de paralisações e greves.

Para o PSTU, é fundamental que os sindicatos combinem os vitoriosos trancaços e piquetes realizados no dia 11 com atos massivos, marcados pela presença não apenas de dirigentes sindicais, mas também (e principalmente) dos trabalhadores.

Para isso, é preciso realizar um forte trabalho de base em todas as categorias, discutindo com os trabalhadores quais devem ser as estratégias de luta para o dia 30 de agosto e suas principais tarefas. Mais do que nunca, é preciso colocar em prática a mais ampla democracia operária para que os trabalhadores sejam protagonistas das mobilizações.

Assembleias nas portas das fábricas, amplas panfletagens e um forte trabalho de base são condições básicas para que as paralisações sejam ainda mais fortes e os atos sejam muito maiores. Defendemos também reuniões ainda mais amplas, que não abarquem apenas os sindicatos. É preciso reunir todos os lutadores... sindicatos, movimentos sociais, organizações estudantis, associações, enfim, todos aqueles dispostos a se enfrentar com os ataques dos empresários e dos governos.

Em apenas um dia de luta, a classe operária já demonstrou seu poder de fogo. Nós podemos muito mais!

17 de julho de 2013

Dia 11: vitória ou fracasso?


Para grande parte da imprensa, o dia de paralisação foi um fracasso. Cabe à imprensa sindical e de esquerda mostrar o contrário

Diego Cruz, da redação
Se você estava em algum lugar do país no último dia 11 de julho, com certeza viu ou sofreu alguma conseqüência do dia nacional de paralisação e protestos convocados pelas centrais sindicais.

Pela primeira vez desde os anos 1980, grandes centros industriais pararam de forma simultânea, como a região do ABC e São José dos Campos (SP). Portos, como o de Santos, o maior da América Latina, além de várias refinarias também foram paralisados. Houve ainda bloqueios de importantes rodovias como a Anhanguera e Dutra em São Paulo, além de outras país afora. Capitais como Porto Alegre e Belo Horizonte viveram um dia de uma verdadeira greve geral, com o transporte público parado. Se você, porém, estava em alguma cidadezinha remota em que não houve greve ou manifestação, pode ter visto a cobertura no rádio e televisão em qualquer momento do dia.

Surpreendentemente, porém, no dia seguinte, os principais jornais trataram o dia de paralisação como um "fracasso". A manchete da Folha de S. Paulo é um exemplo da contradição absurda entre fato e notícia, estampando que "Protestos sindicais afetam o país, mas têm baixa adesão". Ora, como puderam afetar o país com baixa adesão? Manchete semelhante trouxe o concorrente Estadão: "Protestos têm baixa adesão em SP e confronto no Rio", destacando na foto principal uma grande imagem aérea da Avenida Paulista, em que se pode ver praticamente toda a via, e em que a manifestação ocupa apenas uma pequena parte. A intenção era clara: evidenciar a "baixa" participação no protesto.

Poderia causar estranhamento, porém, no leitor que resolvesse abrir o jornal e se deparasse com a seguinte notícia: "Protestos afetam venda e produção". Nele, ficamos sabendo, por exemplo, que "a produção foi paralisada em pelo menos quatro refinarias brasileiras e em oito unidades de montadoras. A fábrica da Renault em São José dos Pinhais (PR) deixou de produzir 1,3 mil veículos e 1,6 mil motores ontem. Já a Volvo, em Curitiba (PR), atrasou a produção de 115 caminhões e oito ônibus". Ou ainda que, em Pernambuco, "manifestantes bloquearam os acessos do complexo industrial e portuário de Suape. Nenhum ônibus que transportava trabalhadores podia entrar no complexo, onde trabalham 75 mil pessoas em cerca de 150 empresas". Um pouco demais para uma jornada com tão pouca adesão, não?

Para reforçar o aspecto supostamente artificial da jornada de lutas, tanto a Folha quanto o Estadão destacaram a presença de "militantes pagos" para participarem das manifestações e empunharem bandeiras. Teriam sido as dezenas de milhares de operários que cruzaram os braços nesse dia também pagos para isso?

Já vimos esse filme antes
No início dos protestos contra o aumento das tarifas do transporte, o estopim para o grande movimento que tomou conta do país, a grande imprensa foi quase unânime em tachar os manifestantes de "vândalos" e criticar o movimento. Ficou marcado o patético discurso de Arnaldo Jabor afirmando que os jovens que saíam às ruas não passavam de "rebeldes sem causa". Foi obrigado a pedir desculpas dois dias depois, quando as manifestações ganhavam caráter de massas e se generalizavam. Também não passou em branco o editorial da Folha de S. Paulo exigindo que os protestos fossem tratados com maior dureza por parte da polícia. Também dois dias depois, sete repórteres eram feridos pela repressão que a própria empresa exigia.

Agora, a estratégia é outra. Trata-se de desqualificar a entrada em cena da classe trabalhadora. De reduzir o peso das organizações e das greves como métodos de luta. Trata-se, enfim, de enaltecer o caráter espontâneo das manifestações de junho e atacar as entidades, tanto os partidos de esquerda quanto as organizações de classe. Para isto, fazem uma contraposição entre a natureza dos protestos de junho e a recente mobilização. Enquanto que as jornadas de junho expressariam as justas reivindicações do povo brasileiro, o dia 11 teria sido uma manobra das entidades e partidos e seus "objetivos políticos". As bandeiras vermelhas, ausentes em junho e onipresentes agora no dia 11, seria a prova disso.

Desconsideram, por exemplo, que a disposição dos trabalhadores de cruzarem os braços no dia 11 faz parte da mesma indignação que levou milhões de pessoas às ruas em junho. Foi dado destaque, por exemplo, ao caráter pelego e oficialista das grandes centrais sindicais, mas não se analisou a razão pela qual os trabalhadores fizeram greves, mesmo com essas centrais e, em muitos casos, até mesmo repudiando seus líderes. Ou seja, uma coisa não explica a outra.

Os grandes veículos de comunicação temem, na verdade, que esse processo de greves escape ao controle de suas direções e se encontre com a onda de protestos populares de massas. Sabem que, assim, mudanças realmente de fundo terão que ser feitas, a começar por essa política econômica do governo Dilma.

O papel das redes e da imprensa alternativa
Passado o dia 11 de julho, abriu-se uma disputa por seu real sentido. Cabe às organizações da esquerda e do conjunto do movimento sindical e popular desmentir o discurso construído pela grande imprensa, mostrando o caráter histórico desse dia, a maior onda de paralisações em pelo menos 23 anos. Desmentir a grande mídia é o desafio colocado aos jornais, boletins, panfletos, sites e demais meios de comunicação dos partidos de esquerda, sindicatos, entidades estudantis e organizações dos movimentos populares.

Nisso, as redes sociais também podem cumprir um papel determinante, como já vem cumprindo com a cobertura alternativa e a convocação dos protestos.  A Internet, seja através do Youtube ou do Facebook, por exemplo, tirou o "monopólio da verdade" da grande mídia. São grandes empresas capitalistas, é verdade, mas carregam essa contradição. Hoje é possível filmar e denunciar uma agressão policial, ou desmentir histórias inverossímeis mostradas na Globo, como engradados de coquetéis molotov’s surgindo do nada nas manifestações para justificar a repressão. A disputa ideológica também passa pelas redes.

A grande imprensa quer marcar uma oposição entre o "novo" versus o "velho". Os novos movimentos versus os velhos. Os partidos e sindicatos versus redes sociais. Para enfrentá-los, precisamos mostrar que a verdadeira oposição não passa por aí, mas entre nós, sindicatos, partidos de esquerda, anarquistas, ativistas independentes se articulando pelas redes, e eles. Ou seja, a burguesia, os governos, e também, a grande imprensa.

11 de julho de 2013

Porto, refinaria e rodovias paradas: 11 de Julho atinge em cheio a Baixada Santista

O Dia Nacional de Greves, Paralisações e Mobilizações de Rua atingiu em cheio Litoral Paulista, com destaque para as cidades da Baixada Santista.

Estradas foram paralisadas, avenidas ficaram congestionadas e ônibus deixaram de circular. O comércio de Santos fechou. Ninguém saia, ninguém entrava, não importava a direção, não importava a cidade. Santos, Guarujá, Cubatão e São Vicente. Várias cidades, uma só frase: tudo parado.

As entradas de Santos e Região ficaram totalmente fechadas até o início da tarde e, mesmo em meio ao congestionamento, era possível ver pessoas sorrindo, palavras de apoio e a confiança da classe operária estampada em diversos rostos. A estimativa é de que, no mínimo, mais de 30 mil trabalhadores tenham participado das paralisações, sobretudo no Pólo Industrial de Cubatão.

Diversas rodovias da região como a Anchieta, Padre Manoel da Nóbrega e Cônego Domenico Rangone foram obstruídas, assim como a divisa entre Santos e São Vicente, após ato realizado por sindicatos, estudantes e o Movimento Passe Livre (MPL). O mesmo foi feito na entrada do Porto de Santos, o maior da América Latina, onde os trabalhadores portuários e da estiva estão desde ontem (10/07) de braços cruzados. Os estivadores chegaram a ocupar um navio.

Os trabalhadores da RPBC, em Cubatão, sequer chegaram ao local de trabalho na parte da manhã. Tanto os petroleiros de turno, quanto os petroleiros que trabalham em regime administrativo, voltaram para casa antes mesmo de chegar ao município de Cubatão.

O bloqueio ao pólo industrial de Cubatão, cujas fábricas foram paralisadas (Petrobrás, Usiminas, Vale e outras) pela ação conjunta dos sindicatos de petroleiros, da construção civil e metalúrgicos, começou ainda de madrugada na divisa entre Santos e Cubatão, no bairro do Casqueiro. A ação ainda teve o apoio dos sindicatos dos bancários e servidores municipais, que depois se deslocaram até a Praça Mauá em Santos para realizar um ato unificado de todas as categorias ao meio-dia. Cerca de 500 pessoas participaram da manifestação.

Já no período da tarde, os petroleiros do turno das 15h chegaram à refinaria, mas após uma hora de atraso voltaram para suas casas. A rendição de turno será realizada apenas às 7h de amanhã (12/07), fazendo com que a greve na refinaria chegue a 32 horas, uma vez que o grupo responsável por fazer a rendição no final da noite desta quinta-feira é o que está dentro da refinaria desde as 23h de ontem (10/07). No Tebar, em São Sebastião, houve paralisação das 7h00 às 9h00 e 20% do efetivo cruzou os braços nesse período. Na UTGCA, em Caraguatatuba, a categoria também cruzou os braços por duas horas.

9 de julho de 2013

Greve Geral! A Baixada Santista vai parar dia 11!

O Brasil vive um momento histórico. Em junho, milhões de jovens e trabalhadores foram às ruas contra as injustiças sociais. Derrubamos as tarifas do transporte, a PEC 37 e o projeto de “Cura Gay”. Até um deputado chegou a ser preso. Demonstramos a força da mobilização social. Os governos de plantão estão acuados, com medo. É hora de continuar nas ruas e avançar em nossas conquistas.

Nesse sentido, o dia 11 de julho vai marcar a entrada em cena da classe trabalhadora organizada. Essa é a força social mais poderosa que existe, pois se trata dos homens e mulheres que produzem toda a riqueza do país.

As centrais sindicais estão convocando o dia 11 com uma pauta unificada, que entre vários pontos defende: fim dos leilões do petróleo; redução da jornada de trabalho, sem redução salarial; mais recursos para saúde e educação; transporte público de qualidade; fim do fator previdenciário e defesa da aposentadoria digna; contra a terceirização dos postos de trabalho; etc.

Em todo país, os trabalhadores estão decidindo cruzar os braços. As grandes cidades e fábricas ficarão paralisadas. Uma greve geral com metalúrgicos, petroleiros, metroviários, portuários, operários da construção civil, professores, funcionários públicos, etc., tomará conta do Brasil. Será um verdadeiro tsunami de peão!

A Baixada Santista vai parar!
Em nossa região, o cenário não será diferente. No dia 11, a Baixada Santista vai sentir a força da classe trabalhadora em luta.

Os portuários vão parar. Os petroleiros e os operários da construção civil vão fechar a refinaria. Os bancários não vão trabalhar. Os metalúrgicos e químicos já decidiram aderir à greve. Os estudantes, funcionários públicos e professores também farão parte da mobilização do dia 11.

Enfim, a classe trabalhadora vai demonstrar quem deve mandar na Baixada e em todo país.  A região de Santos voltará a ser vermelha!

No dia 11, ato conjunto, 12h, na Praça Mauá!Em Cubatão, os operários e estudantes farão uma grande marcha pela manhã no dia 11. Uma passeata histórica ocupará as ruas da cidade. Em Santos, às 12 h, na Praça Mauá, ocorrerá o ato unificado. Todos trabalhadores e estudantes estão convocados a levarem suas bandeiras e reivindicações para tomarmos as ruas da cidade!

O caráter da greve nacional de 11 de julho
Está aberta a disputa política em torno ao caráter que vai ter este protesto nacional - que aponta no sentido de ser um dos maiores da história recente do país.

O protesto foi convocado pelas centrais sindicais para fortalecer as manifestações que estão acontecendo no país e cobrar dos governos, do governo Dilma em particular, o atendimento das demandas das ruas e das reivindicações dos trabalhadores.

São reivindicações que, obviamente, colocam em xeque as políticas econômicas do governo do PT, pois estas políticas apontam em sentido oposto, só tem beneficiado bancos, grandes empresas e o agronegócio.
O PT, a direção da CUT e a UNE, na medida em que não conseguiram evitar o protesto, agora querem desviá-lo de seus fins, para que não se choque contra o governo. Querem que o protesto seja em favor das propostas do governo, de reforma política e plebiscito. Em alguns lugares a direção do MST tem agido da mesma forma.

Lamentável, vermos organizações desta importância se dispondo a este triste papel. Mas é o preço que se paga por perder a independência econômica e política frente ao governo.

Estas organizações vão se chocar cada vez mais com suas próprias bases, pois os trabalhadores já estão descobrindo que é preciso lutar, e que se pode vencer, conquistar mudanças. E que esta luta precisa se enfrentar com os patrões - os grandes privilegiados pelo modelo econômico atual - mas precisa ser uma luta também contra o governo, responsável pela aplicação desta política em nosso país.

Vai se acirrar nos próximos dias, esta disputa. Nós vamos defender a continuidade da luta, questionando o modelo econômico atual, pois sem isso não haverá solução para nenhuma das mazelas que afligem a vida do trabalhador. E vamos levantar a necessidade de uma greve geral para cobrar esta mudança.

Aquelas organizações que não se alinharem com a luta em defesa dos interesses dos trabalhadores neste momento, estarão cada vez mais afundadas na trincheira do governo. E cada vez mais longe de suas bases.

2 de julho de 2013

Sindipetro chama entidades da região a se somarem ao 11 de Julho, dia de greves, paralisações e manifestações

Em carta enviada às entidades sindicais, estudantis e movimentos sociais da região, o Sindipetro-LP convoca todos a construírem greves, paralisações e manifestações de rua no dia 11 de Julho, data tirada por todas as centrais sindicais do país como um Dia Nacional de Lutas (leia matéria aqui). Veja abaixo a íntegra da carta ou leia aqui o Ofício em PDF.



Às entidades sindicais, movimentos sociais e organizações estudantis,

Vivemos um momento histórico. Protestos em diversas cidades brasileiras varrem o país, reduzindo tarifas e derrubando medidas políticas como a PEC 37. Em números, as manifestações já são maiores que aquelas protagonizadas também pela juventude pelo impeachment do então presidente Fernando Collor, em 1992.

Aos poucos, a classe trabalhadora entra em cena. Para o Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista é primordial que os trabalhadores passem a fazer parte desses atos, engrossando a coluna dos lutadores.

Neste sentido, é com grande expectativa e muito otimismo que encaramos o Dia Nacional de Lutas, marcado para este 11 de julho, por diversas centrais sindicais brasileiras. Dentre elas, CSP-Conlutas, Força Sindical, CUT, CTB, UGT, NCST, CGTB e CSB.

Pela primeira vez, após muitos anos de divisão e lutas isoladas, as entidades sindicais brasileiras dão um importante passo para a construção de uma mobilização unificada em nível nacional.

O Sindipetro-LP está disposto a construir este grande dia de lutas e, por isso, chama todas as entidades sindicais e estudantis, além dos movimentos sociais da região, a se somarem neste dia e realizarem ações conjuntas com greves, paralisações e manifestações de rua. Por isso, estamos propondo uma reunião para o próximo dia 3 de julho, às 17 horas, na UNIFESP (Rua Silvia Jardim, 133/136, Vila Mathias), para discutir o 11 de julho e a retomada dos trabalhos do Comitê Baixada Santista da campanha “O Petróleo Tem Que Ser Nosso!”.

Os trabalhadores brasileiros sofrem com baixos salários, jornadas exaustivas de trabalho, terceirização desenfreada e acidentes de trabalho. São esses mesmos trabalhadores que sofrem, também, com o sucateamento do sistema público de transporte, saúde e educação.

Para piorar, o Governo Federal vem aplicando uma agenda privatizante com a entrega para a iniciativa privada dos aeroportos, portos e rodovias brasileiras. O mesmo está sendo feito com o petróleo nacional. 

Em outubro, Dilma irá leiloar o Campo de Libra – um dos maiores campos petrolíferos do Mundo. Sozinho, vale mais de U$ 1,4 trilhões e seria suficiente para garantir passe-livre, saúde e educação de qualidade para o povo brasileiro.

Nas ruas, a juventude e os trabalhadores estão provando na prática que só com lutas há conquistas. Os trabalhadores organizados, em cada local de trabalho, podem e devem fazer o mesmo. Vamos parar o Brasil no dia 11 de julho!

Saudações sindicais,
Santos, 1 de julho de 2013
Diretoria Colegiada do Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista

Fonte: sindipetrolp.org.br

1 de julho de 2013

A armadilha da “onda conservadora”

O governo Dilma não teme um golpe da direita, mas sim que as mobilizações revelem o verdadeiro caráter desse governo

Jeferson Choma, da redação
O fantasma da “onda conservadora” ronda os pensamentos de uma parcela da esquerda brasileira. Estamos falando de alguns intelectuais, jornalistas e dirigentes, a maioria vinculado ao PT e PCdoB que, diante do grito “sem partido” e do risco das mobilizações atuais serem “dirigidas pela direita”, apontam até para a possibilidade de um “golpe” contra o governo Dilma. O alerta foi dado após a grave expulsão da coluna dos partidos e movimentos sociais nas manifestações do último dia 20 por grupos de extrema direita.

Os argumentos esgrimidos por aqueles que sustentam a ameaça da “onda conservadora” são os mais variados. O principal deles é o forte sentimento antipartido presente nas manifestações. De fato, partidos de direita, como PSDB e DEM, tentam surfar no sentimento antipartido nas manifestações, mas não para promover um “golpe” e sim para capitalizar o desgaste do governo nas eleições de 2014. Aproveitando-se do repúdio generalizado a todos os políticos marcam presença nas ruas, escondem suas siglas sob a bandeira nacional, e disputam a direção política dos protestos. São aproveitadores da confusão generalizada e recebem um auxilio generoso da grande imprensa, como a Rede Globo. Apostam na despolitização para semear a ideia de que todos os partidos de esquerda são iguais e tentam colocar no mesmo saco de gatos o PT, PSTU, PSOL...

Sua tropa de choque é a extrema-direita que realiza o trabalho sujo, atacando brutalmente os ativistas dos movimentos sociais e os militantes da esquerda socialista, arrancam nossas bandeiras vermelhas e tentam nos expulsar dos atos. Seu objetivo é claro. Querem impedir que um campo de oposição de esquerda se afirme enquanto direção do atual processo de lutas.

O fato é que o sentimento antipartido presente nas mobilizações expressa um repúdio ao corrupto sistema político da “democracia dos ricos”. Boa parte disso tem a ver com a enorme frustração da população, sobretudo da juventude, com os governos do PT. As pessoas votaram no partido buscando justiça social e o fim da corrupção. Mas em 10 anos de governo de Lula e Dilma, o PT manteve a essência do projeto econômico tucano, se afundou no mar de lama da corrupção e ainda governou ao lado de Renan Calheiros, Collor, Sarney... A traição do PT foi uma tragédia para a esquerda. Produziu uma espécie de terra arrasada, em que nada pode crescer porque impera o ceticismo. Mas nem todos os gatos são pardos. O PSTU se afirmou como oposição de esquerda ao PT desde o primeiro dia de mandato de Lula. Já dizíamos na campanha eleitoral do PT, em 2002, que nada mudaria se não houvesse ruptura com as multinacionais e com o imperialismo. Nosso partido não se guia por interesses eleitorais ou cargos no aparelho de Estado. Somos um partido revolucionário que tem uma estratégia socialista para o Brasil.

A classe média e o PT
Os defensores da tese da “onda conservadora” dizem que as manifestações são realizadas por uma classe média que sempre foi hostil ao governo do PT.

Sempre é bom lembrar que a tese de que 40 milhões de pessoas acenderam à classe média foi inventada pelo próprio PT. Segundo o governo, está na classe média quem dispuser de renda per capita entre R$ 291 a R$ 1.019 reais por mês. Essa tese é um verdadeiro absurdo. Ao invés de nova classe média, estamos vivendo um processo complexo de ampliação da classe trabalhadora assalariada, que passou a ter acesso ao consumo pela expansão do crédito. Uma ampliação marcada pela precariedade do trabalho e pelo crescente endividamento.

Quem foi para as ruas é a juventude que é parte destes trabalhadores assalariados que surgiram sob o governo do PT. Uma juventude que acreditou na propaganda oficial de “um país mais justo”, mas foi frustrada pela realidade. Nestes 10 anos, os mais jovens entraram no mercado de trabalho e nas universidades. Mas 59% destes empregos são ocupados por quem recebe até 1,5 salário mínimo. São os jovens que recebem os piores salários e os empregos mais precários. A vida para eles é muito dura. São obrigados a enfrentar o caos urbano, dos serviços públicos e a comprometer boa parte de sua renda para pagar mensalidades nas universidades privadas. Estão lá porque, nesses 10 anos de governo, o PT tratou a educação como mercadoria e não como direito. Privilegiou os tubarões do ensino privado em detrimento da expansão do ensino público superior.

Estamos diante de um momento extraordinário da vida política do país. O debate político saiu dos tradicionais corredores do poder e tomou as ruas, escolas, universidades, fábricas e locais de moradia e trabalho. As mobilizações dos últimos dias arrancaram conquistas numa velocidade espantosa. Os governos foram obrigados a recuar e revogaram o aumento das tarifas. Muitas outras tarifas públicas foram congeladas, como os pedágios nas estradas de São Paulo. Apavorado com o poder das massas, deputados no Congresso Nacional aprovaram apressadamente a rejeição à PEC 37 e até classificaram a corrupção como crime hediondo. Ironicamente, o projeto foi apresentado pelas mãos de Renan Calheiros, aliado do governo Dilma e símbolo da corrupção nacional.

A verdade é que Dilma, a direita, os governos estaduais, municipais e o Congresso Nacional tremem diante da força das ruas. Neste sentido, temer uma “onda conservadora” significa fazer o jogo do governo do PT que anseia pôr um ponto final em todo esse processo de lutas. Dilma não teme uma “onda conservadora”. Teme sim que um tsunami de mobilização abra os olhos de milhões de trabalhadores para o verdadeiro caráter do seu governo.

Nada será com antes. O movimento é vitorioso e as massas estão confiantes. Mas é preciso tomar cuidados com as armadilhas e romper algumas limitações. Não podemos aceitar a farsa do plebiscito da reforma política. Essa pauta não surgiu das ruas. Trata-se de uma armadilha de Dilma para canalizar a força das ruas para via morta da institucionalidade. O governo também deseja impor uma agenda que tenta limitar ainda mais a ação dos partidos da esquerda socialista nas eleições burguesas.

É preciso avançar na unidade com a classe trabalhadora organizada. A aliança entre operários e estudantes acuaria a burguesia e os governos, proporcionando um novo salto do movimento. Também é preciso avançar na organização coletiva. Em várias cidades, como Rio de Janeiro, Fortaleza, Porto Alegre e Belo Horizonte, já existem comitês ou assembleias de lutas. São elas que transformam a força espontânea das ruas em organização. São espaços democráticos de unidade de ação que possibilitam o movimento sindical, popular e estudantil dirigir as manifestações.

Nem direita, nem PT, trabalhadores no poder!
Nas últimas décadas, o PT e o PSDB aplicaram o mesmo plano econômico, mantiveram as privatizações, destinaram o dinheiro da saúde e educação para o pagamento da dívida pública, engordando o bolso dos banqueiros. Precisamos apontar para outro rumo. Precisamos de um governo dos trabalhadores que rompa com as multinacionais e com os banqueiros. Destine o dinheiro do pagamento da dívida pública para saúde, educação, reforma agrária e transporte público de qualidade.

O PSTU está nas ruas lutando por um país justo e soberano. No dia 11 de julho, vamos parar o Brasil, em um dia nacional de paralisações chamado pelas centrais sindicais. Vamos levantar nossa bandeira vermelha, a bandeira do socialismo.