O PSDB e o governo Dilma (PT) querem entregar de vez o Pré-Sal para as transnacionais

O projeto de Serra só prejudica os interesses estratégicos do Brasil

Zika e microcefalia: O governo perde feio para o mosquito

As mulheres é quem devem decidir se prosseguem ou não a gestação

O que está por trás das denúncias e do apoio a Lula?

Com o momentâneo arrefecimento do impeachment de Dilma, disputa mira 2018

26 de novembro de 2014

Contra o racismo e a violência policial, unificar a luta do movimento negro da Região

* Bruna Alquatune

Presenciamos perplexos a política de segurança pública falida dos governos, sobretudo para a população negra. A policia nos aborda de forma violenta e humilhante. Com  a desculpa  da  guerra às drogas, os governos  encarceram e  assassinam nosso povo. 

Temos no Brasil uma das maiores populações carcerárias do mundo e majoritariamente composta de negros e negras. O Mapa da Violência 2012 atesta que o genocídio da juventude negra cresce de forma desenfreada. Entre 2001 e 2012, 515 mil jovens foram assassinados, desses 2/3 eram negros, ou seja, 380 mil  jovens entre 14 e 25 anos - uma média de 30 mil mortes ao ano, aproximadamente 5 mortos por hora. Essa é a realidade da juventude negra nesse pais. Revoltante, vivemos uma verdadeira limpeza étnico-racial.

O estado laico, democrático de direito, está ameaçado. O crescimento no Congresso da intolerância religiosa, do racismo, do machismo, da homofobia tem proporcionado situações bizarras. Hoje, é normal escutarmos declarações de Bolsanaro, Feliciano e Levi Fidelix defendendo um Estado confessional, fundamentalista e opressor, que não garanta a liberdade e o direito de todos.  O culto às religiões de matrizes africanas, nossos terreiros, nossas crenças, nossa historia, nossas referências e nossa identidade estão ameaçados.

Saúde pública doente

Sofremos com o atendimento médico precário e desumanizado, pois falta investimento no SUS e políticas publicas especificas para a saúde da população negra. Levantamento feito pelo próprio governo federal aponta que 60% das mortes de mães que deram à luz nos hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) ocorreram entre mulheres negras e 34% entre as brancas. Na primeira semana de vida, a mortalidade também é maior entre crianças negras - 47% dos casos. Entre as brancas, são 36%.

A hipertensão, a anemia falciforme e o diabetes são exemplos de doenças que não são devidamente tratadas pelo sistema público de saúde. O descaso com a saúde da população negra é mundial, o ebola em Guiné, Serra Leoa, Libéria e Nigéria, demonstra a falta de vontade política para atender nossos irmãos negros.

Educação pública precária

As creches, escolas, universidades estão depredadas e sucateadas, os professores desmotivados devido à desvalorização e violência. As cotas, uma grande vitoria do movimento negro, melhoraram o acesso à universidade pública, porém, o sucateamento dessas instituições dificulta a permanência de negros e negras (faltam bibliotecas, restaurantes universitários, moradia universitária, creches, bolsas de auxilio a permanência, etc.).

Em de junho de 2013 o povo foi as ruas contra o aumento da tarifa de ônibus com o lema “ não é por 0,20 centavos”. Lutou e garantiu que não houvesse o aumento, num ato de resistência retomando a tradição de luta histórica como nossos ancestrais nos quilombos e marchas do MNU. Esse é o caminho para mudarmos o transporte público que continua caro e não atende as nossas necessidades. Ônibus lotados, assédio às mulheres nos trens do metrô e a falta de segurança faz parte do cotidiano dos trabalhadores negros e negras.

O drama da moradia

A falta de moradia ou moradias precárias coloca nosso povo numa situação degradante e de risco. Segundo o IBGE, faltam 7,9 milhões de residências no Brasil e 25% da população (52 milhões de pessoas) vivem em condições precárias. Em nossa região podemos citar a comunidade de Água Fria, em Cubatão, onde várias casas foram destruídas depois das fortes chuvas em  fevereiro  desse ano. O problema segue sem solução, famílias (majoritariamente compostas de negros, negras e nordestinos) continuam morando em condições precárias, num bairro abandonado pelo poder público, e ainda sofrem com a ameaça de despejo por parte dos governos.

Há um atraso histórico na titulação de terras quilombolas. Em 20 anos de governos do PSDB e do PT, apenas 20 territórios foram titulados pelo governo federal, em sua maioria quilombos urbanos. O orçamento reduzido a cada ano, o agronegócio e os latifundiários põem em risco a preservação dos quilombos, a cultura, a identidade e a ancestralidade dos nossos irmãos.

A mídia reforça estereótipos da escravidão, tenta nos animalizar, nos colocar como coisa e não como indivíduos a serem respeitados na sociedade. Nossas mulheres negras continuam retratadas como objetos sexuais, sem honra, datadas de erotismo e sexualidade exótica; tenta nos marcar pelo “servir”, exercido na condição de escravas, mucamas, prostitutas, tenta nos colocar como promíscuas, inferiorizam nossos traços, cabelo, cor, índole, tenta  nos deixar sem referências e sem identidade. Naturaliza as mazelas sofrida pela população negra na tentativa de nos diminuir como povo, para justificar a condição desumana em que negros e negras vivem desde a escravidão.

Devemos ser protagonizar de nossas lutas, levar nossas bandeiras para dentro dos movimentos sociais. Nossa luta não cabe dentro de ONG’s e governos que, em muitos casos, a usam como moeda de troca para cargos e verbas públicas, defendendo setores que lucram nos explorando e oprimindo, fazendo com que a luta nessas instituições não avance.

Nosso povo segue ameaçado, o poder econômico e politico atuam em benefício próprio, sem cumprir sua função social, que é organizar o povo rumo à reparação por tantos anos de exploração e opressão. 

A policia segue fazendo o serviço sujo, nossos lideres populares são perseguidos e presos, criminalizam nossas lutas, patrocinam o genocídio do povo negro utilizando ações das forças institucionais e grupos de extermínio.  É uma “Guerra velada” contra mais da metade da população desse país.

Devemos exigir reparação do nosso povo, que desde a economia da cana de açúcar, do café, trabalhos nos portos, na construção civil, nas fábricas, nos órgãos públicos vêm construindo a riqueza deste país sem ser reconhecido como protagonista deste processo.

A politica na forma que está colocada se tornou mero balcão de negócio, perdeu sua ideologias e programa, está a serviço daqueles que não nos representam, não defendem nossas pautas e não nos organiza. O mandato parlamentar, com raras exceções, se transformou em empresa pessoal, “nossos representantes” não se empenham em projetos ou leis para beneficiar o nosso povo. Um cargo parlamentar é o melhor negócio existente no país, seu lucro é garantido e vem  comprometido com o poder econômico e está aliado  ao setor  mais reacionário do pais, ou seja,  aos seguimentos capitalistas, aos políticos corruptos, aos partidos de direita, aos latifundiários da UDR-Ruralistas, aos racistas e homofóbicos. E isso ocorre sem que a sociedade, a mídia, os políticos, os partidos, os governos e pior, até algumas organizações do movimento negro e seus militantes se sensibilizem e se comprometam a travar uma batalha para reverter esse cenário.

Esse é o momento de negros e negras militantes das organizações nacionais, estaduais e locais, dos capoeiristas, das lideranças das religiões de matrizes africanas darem um combate a essa realidade tão cruel, pois  o racismo mata,  explora e oprime e tenta tirar nossa liberdade e calar a nossa voz. 

Retomemos a nossa historia de luta, com atos, marchas e denúncias. Não aceitaremos mortes de Amarildos, Claudias, DG’s e tantos outros negros e negras que entram para as estatísticas nesse país. Descendemos de Zumbi dos Palmares, Dandara, Luiza Mahin, João Candido , Aqualtune, Maria Carolina de Jesus, carregamos em nós a resistência.  É urgente um programa mínimo que nos identifique e nos una e nos identifique. 

Neste sentido, fazemos um chamado a todos os militantes da região para que participem do Encontro de Negros e Negras da Baixada Santista, que acontece no próximo sábado, dia 30 de novembro, das 8h30 às 18h30, na sede da Assojubs de Santos (Rua São Francisco, 276/278, Centro).

O principal objetivo do debate é envolver negros e negras da Baixada Santista num mesmo espaço para resgatar a história de vanguarda, lutas e organização que sempre tivemos na região. Dentro da programação, haverá uma mesa de Conjuntura racial na atualidade e uma mesa sobre o Genocídio da população negra, pobre e periférica, na parte da manhã e da tarde - respectivamente.

Integram esta atividade o Quilombo Raça e Classe, Círculo Palmarino, MNU - Movimento Negro Unificado e Educafro Baixada Santista.

- Lutaremos por uma sociedade sem desigualdades, preconceitos e injustiças: a luta contra o racismo é uma luta de raça e classe.
- Condenamos o encarceramento da população negra e o genocídio da juventude negra.
- Exigimos um Estado laico e o fim da intolerância religiosa.
- Exigimos uma saúde pública de qualidade com políticas especificas na área da saúde para negros e negras.
- Exigimos maiores investimentos na educação e ampliação das cotas. Defendemos politicas afirmativas e de reparações em todos os espaços onde não esteja refletida a realidade populacional negra.
- Exigimos melhores condições de trabalho; e salário igual para negros, brancos, homens e mulheres;
- Exigimos transporte e moradias dignas.
- Exigimos a titulação de terras para os quilombolas.
- Condenamos a utilização do estereotipo da mulher negra como “produto de consumo e exportação” amplamente divulgado pelos meios de comunicação. Exigimos o fim do embranquecimento que atinge particularmente as mulheres negras.
- Exigimos o fim de qualquer iniciativa de ridicularização do povo negro nos meios de comunicação.
- Exigimos políticas publicas urgentes e consequentes, que garantam o empoderamento da população negra.

*Bruna Aqualtune, militante do PSTU, integra o Quilombo Raça e Classe Baixada Santista

14 de novembro de 2014

Privatização da Sabesp é a verdadeira responsável pela falta de água em SP












Fabíola Calefi, petroleira, da Secretaria de Mulheres do PSTU Baixada Santista

A versão da história contada até aqui pelo governo Alckmin (PSDB) para justificar a crise da água não tem base cientifica. A redução do volume de chuvas acumulada neste ano, em cerca de 40%, não explica o problema da falta de água. É normal que existam períodos chuvosos e de estiagem. Um sistema de abastecimento deve ser capaz de armazenar água nos reservatórios nos períodos chuvosos para atravessar os momentos de estiagem. 

Existem bases de dados das chuvas desde o século XIX, possibilitando o cálculo desses projetos. E nos três anos anteriores choveu mais do que a média. O que faltou foi investimento em sistemas de captação, não chuva. Segundo a ONU, uma região enfrenta uma situação de estresse hídrico quando apresenta uma disponibilidade de água anual inferior a 1.700 m³ por pessoa, por ano. Abaixo de 1.000 m³ per capita, já caracteriza uma situação de grave escassez. São Paulo já vivia uma grave crise antes da estiagem com menos de 150 m³ por pessoa ao ano na região abastecida pelo sistema Cantareira.

A Sabesp deveria ter expandido o sistema de captação de águas, mas a privatização da empresa faz com que os enormes lucros, R$ 2 bilhões por ano, não sejam investidos na ampliação dos sistemas, mas repassados aos acionistas da Bolsa de Nova York, nos EUA. A crise no abastecimento não é natural, é a consequência da privatização da Sabesp. O funcionamento da empresa hoje não está a serviço da população. Está destinado para a geração de lucro a seus acionistas.

Segundo o contrato de concessão da exploração da água de 2004, a Sabesp deveria ter aumentado a captação de água em 25 metros por segundo, o equivalente ao que produz o sistema Cantareira. A Sabesp deveria ter investido na captação de água potável em outros mananciais da região, para diminuir sua dependência do Sistema Cantareira, mas ao invés de investir na ampliação do sistema repassou R$ 4 bilhões aos acionistas privados. Há apenas um sistema produtor de água potável sendo construído, o Sistema São Lourenço, que capta água no Vale do Ribeira (Sul de SP), cujas obras estão atrasadas e só devem ser concluídas em 2016. 

Água não é mercadoria: reestatização da Sabesp Já!
O acesso à água é direito humano fundamental, pois se trata de um patrimônio da humanidade e constitui o princípio da vida em nosso planeta. Transformar água em mercadoria é deixar na mão dos grandes capitalistas estrangeiros a decisão de dar ou não acesso à água tratada às pessoas. O governo deve garantir o abastecimento deste recurso.

As grandes empresas estaduais de saneamento foram criadas pelos governos, pois o investimento para construí-las era muito grande e o retorno lento. Por isso, nenhum capitalista participaria deste “negócio”. Mas assim que essas empresas estão funcionando os capitalistas iniciam o lobby para extrair lucro delas e passam a pressionar o governo, exigindo sua privatização. Foi o que ocorreu com a Sabesp. A empresa foi parcialmente privatizada. Teve seu capital aberto, com 47% das ações indo parar nas mãos de acionistas privados, negociadas na Bolsa de Nova York. O estado de São Paulo tem 50% de suas ações e continua administrando a empresa. A abertura do capital fez com que a companhia se transformasse. O princípio de funcionamento não é oferecer um bom serviço à população, mas gerar lucros aos acionistas privados.

O resultado da onda de privatizações das companhias públicas de saneamento é que hoje, segundo a própria Agência Nacional de Águas, 55% dos municípios brasileiros poderão ter déficit no abastecimento em 2015. Nada menos que 84 % precisam de investimento para adequar seus sistemas de abastecimento e 16% precisam de novos mananciais. Seriam necessários R$ 22,1 bilhões em investimento para reverter essa situação.

No meio de uma crise de água causada pela má qualidade do serviço da Sabesp, que não ampliou a captação de água exigida pelo contrato e ainda tem quase 40% da água vazando pelos canos devido à falta de investimento nas redes. A Agência Nacional de Água (ANA) prorrogou o prazo de vigência de concessão do Sistema Cantareira para até 31 de outubro de 2015. Esse era o momento, se os governos realmente se importassem com a falta de água, de cassar a concessão, já que a empresa não cumpriu suas obrigações, reestatizar a Sabesp e fazer os investimentos necessários para que a empresa trabalhe para dar acesso à água potável para a maioria da população e não lucros para meia dúzia de empresários. 

Economizar é a solução?
A verdadeira economia é fazer reforma agrária e reestruturar a indústria 
Para o Governo Alckmin, Sabesp e diversas ONGS a solução para a crise da água é a população economizar. Às vezes chegam ao absurdo de defender o aumento do preço da água. É fato que temos que usar a água com responsabilidade, mas o que eles escondem é que o consumo residencial de água representa somente 8% da água consumida. A indústria (22%) e a agricultura (70%) são os maiores consumidores.

O agronegócio, grandes fazendas que produzem para a exportação, gastam em média o dobro de água em relação à agricultura familiar, devido à técnicas de irrigação em massa. O agronegócio ainda gera poucos empregos e é responsável por menos de 30% da comida que chega na mesa do brasileiro. Fazendo uma ampla reforma agrária no país, além de diminuir a desigualdade social e frear o êxodo rural que incha as periferias das grandes cidades, economizaríamos até 35% da água.

As grandes indústrias utilizam máquinas e técnicas ultrapassadas que consomem muito mais água. Em busca do lucro máximo não investem em técnicas mais eficientes no consumo de água. Conforme Ivanildo Hespanhol, professor Titular do Departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária da Escola Politécnica da USP e diretor do Centro Internacional de Referência em Reuso da Água (Cirra) da USP, as empresas conseguem reduzir a captação em 40% com o reuso da água. O governo deve pressiona-las a racionalizar a produção e expropriar as grandes empresas que se recusam a modernizar-se.

A agricultura e indústria brasileiras cumprem um papel subalterno na economia mundial. A produção aqui é voltada a matéria prima como metais e grãos para exportação (os tais commodities). E esses produtos gastam muita água, destroem o meio ambiente e tem pouco valor agregado. É necessário lutar por uma segunda independência. A independência econômica. O Brasil precisa parar de vender o meio ambiente e investir na produção de tecnologia.

E como anda a qualidade da água da Sabesp?
Nos países desenvolvidos o cloro vem sendo abandonado no tratamento da água desde 1980. Hoje ele já foi eliminado. O motivo é que o cloro reage com substâncias naturais, como a decomposição de plantas e materiais de origem animal, normalmente presentes na água para criar trihalometanos (THM). Estes THMs desencadeiam a produção de radicais livres no organismo, são altamente cancerígenos, e causam danos celulares. Atualmente, usa-se o ozônio e o hidrogênio para o tratamento de água, pois são mais eficientes e não são cancerígenos. A Sabesp continua usando o cloro simplesmente porque é mais barato, para ter mais lucro. Quanto ao flúor trata-se de um elemento tóxico, lixo industrial das fábricas de fertilizante, que há cinco anos também vem sendo eliminado dos sistemas da água tratada dos países desenvolvidos. Segundo pesquisas, causam problemas ósseos, nas articulações, e, em crianças, no desenvolvimento do cérebro. A fluoretação é a medicação em massa da população sem a necessária pesquisa científica para medir as consequências. O governo deve oferecer é assistência odontológica gratuita à população e retirar o flúor da água. 

Racionamento é um atentado à saúde da população
O Governo e a Sabesp negam, mas as cidades do interior e as periferias da capital paulistana já vivem o caos do desabastecimento há muito tempo. E quanto mais a crise se agrava, maior é o numero de pessoas atingidas pelo racionamento. Esse é um grave problema.

Segundo Gabriel Kogam, arquiteto formado pela USP e mestre em gerenciamento de recursos hídricos no IHE (Instituto de Pesquisa da Agua na Holanda), “a mesma trinca por onde a água vaza, se não houver pressão dentro do cano, se transformará em um ponto de entrada de poluentes do lençol freático nojento da cidade. Estaremos bebendo (sem saber) água poluída, porque a poluição entrou pela rede urbana. Por isso que agências de saúde internacionais exigem pressão mínima dentro dos canos de abastecimento”.

Para Malu Ribeiro, “o racionamento de água para o cidadão é a pior medida, pois penaliza quem não tem culpa pelo problema. O acesso à água de qualidade e em quantidade suficiente é um direito humano. Se houve falha do Estado no planejamento e no combate ao desperdício e à despoluição, não é o cidadão quem deve pagar por isso. Há setores que desperdiçam muito mais, como a indústria e a agricultura de irrigação, que não entram no racionamento porque têm outorga [para uso da água]”.

Meio ambiente, falta de água e o novo código florestal
A poluição dos rios e o desmatamento são os piores de todos os desperdícios de água. Uma Sabesp 100% Pública deve investir no tratamento do esgoto doméstico e fiscalizar o tratamento dos resíduos industriais. O governo deve estatizar as grandes indústrias que se recusam a parar a emissão de poluentes.

Segundo Malu Ribeiro, especialista em gestão de recursos hídricos e coordenadora da Rede de Águas da Fundação SOS Mata Atlântica, a despoluição dos rios Pinheiros e Tietê não só são possíveis, como financeiramente viáveis. O investimento vira economia em saúde pública.

No âmbito nacional é necessário revogar o novo Código Florestal. A nova lei diminui a exigência de cinturões florestais ao redor de rios e mananciais e acelera o desmatamento. Infelizmente, o Governo Federal aceitou a pressão do agronegócio, comprometendo a biodiversidade e o abastecimento de água do país.

Um programa para enfrentar a crise: 

- Sabesp 100% pública sobre controle dos trabalhadores. 
- Plano de expansão da captação de agua para outros mananciais regionais. 
- Investimento na eficiência do sistema para reduzir perdas, que hoje chegam a quase 40%, à padrões dos países desenvolvidos, 15%. 
- Formação de um comitê com movimentos sociais, sindicatos e comunidades atingidas pela falta de agua para pressionar o governo. 
- Pesquisa emergencial que viabilize captação de água: plano de perfuração de poços, redes de reuso, captação de água da chuva, etc. 
- Fiscalização das indústrias e metas de diminuição do consumo. 
- Reforma Agrária para diminuir consumo da agricultura. 
- Criação de unidades de conservação para recuperação dos rios e mananciais. 
- Fiscalização das empresas que poluem. 
- Despoluição dos rios Tietê e Pinheiros 
- Revogação do novo Código Florestal 
- Estatização das grandes empresas que se recusarem a diminuir o consumo de água ou acabar com a emissão de poluentes

20 de outubro de 2014

Recentes crimes contra mulheres no litoral de SP expõem o caráter machista de nossa sociedade

Fabíola Calefi, da Secretaria de Mulheres do PSTU Baixada Santista

O vídeo circula há várias semanas nas principais redes sociais da internet. Até a data da publicação desta matéria, as cenas de agressão e tortura sofrida por uma menor de idade de Praia Grande já haviam batido a casa das 40 mil visualizações no Youtube. As imagens são chocantes e não dão margem para dúvidas: o machismo é um dos maiores sintomas da barbárie da sociedade capitalista. 

Divulgado no final de setembro, o vídeo mostra uma jovem de 17 anos sendo agredida por algumas mulheres. A vítima teria saído com o marido da acusada, que na gravação é vista agredindo a adolescente com queimaduras de cigarro, tapas e tortura psicológica.

Recentemente, num vídeo com mais de 400 mil visualizações, a acusada grava um depoimento se defendendo das acusações; reclama que vem sendo julgada e que a vida dela "está um inferno". Ela acusa a vítima de "se fazer de santa, coitada" e interferir no relacionamento dela com o então companheiro. Em um determinado momento da gravação, a suspeita desabafa: "O mundo inteiro está contra mim. Eu peço desculpa para a [vítima], peço desculpas para a mãe dela e peço pra vocês tentarem ver o meu lado, porque eu não sou essa pessoa ruim”. Sintoma de uma sociedade extremamente machista, e não apenas uma triste coincidência, este caso não é - infelizmente - um caso isolado na Baixada Santista. Recentemente, outros dois casos vieram à tona por meio da imprensa da região.

Outro vídeo, também gravado em Praia Grande, mostra duas jovens sendo agredidas e torturadas por outras mulheres. Divulgado nas redes sociais por uma das agressoras, esse crime também foi motivado por uma suposta traição. Elas recebem tapas, socos, são xingadas e têm o cabelo cortado. No fim do vídeo, a amiga é obrigada a agredir a outra vítima, que pede a interrupção da sequência de socos alegando estar grávida. Segundo informações da polícia, o vídeo teria sido gravado no mês de setembro.

Com um desfecho trágico, outro caso voltou a ser lembrado nos últimos dias com o anúncio da condenação a 13 anos de prisão do ex-namorado de Ivone Maria de Santana Santos, doméstica assassinada por ele na manhã de 9 de maio de 2013, na Ponta da Praia, em Santos. Na época do crime com 20 anos, o réu alegou ter matado a prima, de 30 anos, porque não se conformou com o fato de ela terminar recentemente o namoro e não querer reatar o relacionamento.

Três tragédias, um drama
Os três fatos relatados acima estão longe, infelizmente, de ser uma exceção em nossa região. Pelo contrário, acontecem todos os dias, em todo o país. Mais do que isso, refletem como em nossa sociedade o machismo ainda é uma ideologia dominante, que favorece a exploração e oprime as mulheres, principalmente da classe trabalhadora. Uma ideologia que divide nossa classe, separa homens e mulheres, causando sofrimento e barbaridades.

No caso da violência cometida por mulheres contra outras mulheres percebemos, até mesmo na repercussão dos casos, como a competição entre as mulheres é estimulada. Tirar satisfação ou agredir a segunda mulher envolvida no relacionamento é a expressão disso.

Em nenhum momento se questionou o comportamento dos homens, que seguem vivendo conforme sua vontade, respaldados no mito de que aos homens tudo é permitido. A monogamia aqui é imposta somente às mulheres, seu desejo sexual é reprimido e considerado imoral, mas aos homens está livre a poligamia e manutenção da prostituição para satisfazer seus desejos sexuais.

Percebemos, com esses casos, como o machismo resiste em manter a concepção de que a mulher é um sujeito inferior e que deve se submeter às vontades dos homens. E as mulheres, sejam elas as agredidas ou as agressoras, são todas vitimas dessa lógica.

O fato é que, além de deixar marcas, o machismo mata. Todos os dias 15 mulheres morrem por dia vítimas de violência machista. Esses dados comprovam que nossa sociedade vive sob uma lógica em que as mulheres são propriedade do homem. A doméstica Ivone foi mais uma vítima de uma sociedade em que à mulher não é concedido o direito de ter vontade própria e não é respeitada a sua decisão de não se submeter a determinados relacionamento e comportamentos de seus companheiros. 

Somado a esse triste fato, temos uma Justiça que não pune esses crimes. Inclusive ainda contém definições, para crimes de assassinato de mulheres por seus companheiros, como “defesa da honra”. E as mulheres que resolvem denunciar seus agressores não encontram número suficiente de delegacias ou um atendimento justo, sendo muitas vezes incentivadas pelos policiais e delegados a “deixar pra lá”. Soma-se a isso, o acesso quase nulo a casas abrigos e atendimento médico ou jurídico especializados - itens garantidos formalmente pela Lei Maria da Penha.

Na inauguração da Sede do PSTU, em Cubatão, 
Zé Maria abordou o tema de Opressões

É preciso investimento no combate ao machismo
As principais vítimas da violência são as mulheres trabalhadoras. Mesmo assim, Dilma Roussef segue privilegiando os banqueiros e grandes empresários. Em 2012, cortou R$ 23,4 milhões no orçamento da Secretaria de Políticas para as Mulheres. Já o orçamento federal de 2014 prevê a destinação de 42% do total de R$ 2,48 trilhões para o pagamento de juros e amortizações da dívida pública. Desse jeito, não sobra nada para as mulheres trabalhadoras.

Sem investimento é impossível aplicar e ampliar a Lei Maria da Penha. Nós do PSTU acreditamos ser possível a reversão desse quadro, mas para isso as prioridades do governo precisam ser invertidas. É impossível pensar a aplicação da Lei Maria da Penha sem a construção de casas abrigos, sem a criação de centros de referência ao atendimento da mulher vítima de violência, sem delegacias especializadas com profissionais capacitados.

Enquanto lutamos para que a lei Maria da Penha seja efetiva contra a violência doméstica, na sociedade de conjunto existe uma educação sexista e machista; existem programas na mídia que colocam a mulher numa posição de objeto sexual; propagandas de cerveja, casas noturnas e marcas esportivas que tornam o corpo da mulher um desejo a ser consumido.

Com as mulheres negras, homossexuais, bissexuais e transexuais a opressão machista é ainda mais cruel. As mulheres negras, como dizem o mito popular são ”boas pra transar, mas não pra casar”, as mulheres homossexuais estão expostas a violência do estupro corretivo, no qual o homem se dá ao direito de lhe mostrar “o que é bom de verdade”, as transexuais são violentadas e mortas. O Brasil é o pais com mais mortes de transexuais do mundo.

O PSTU acredita que todas as pessoas, independente de sua orientação sexual e de suas escolhas, devem ter seus diretos garantidos e serem respeitados com uma vida livre da opressão e exploração. Por isso, acreditamos que só a luta muda a vida, por isso lutamos por uma outra sociedade, uma sociedade livre de todas as formas de exploração e opressão, uma sociedade socialista. 

- Contra a homofobia, bifobia e transfobia!
- Contra o Estatuto do Nascituro e pela Legalização do Aborto! 
- Investimento para aplicação e ampliação da Lei Maria da Penha 
- Contra a violência machista - Trabalho igual, salário igual 
- Por uma sociedade livre da exploração capitalista, por uma sociedade socialista 
- Creches, lavanderias e restaurantes públicos para a libertação das mulheres 
- 10% do PIB para a Educação e 10% do PIB para a Saúde

15 de outubro de 2014

Reprovada por 77% da população, Maria Antonieta paga o preço por governar para os ricos

Deve ter caído como uma bomba no gabinete da prefeita do Guarujá, Maria Antonieta (PMDB), o resultado da pesquisa IPAT (Instituto de Pesquisas A Tribuna) sobre o seu governo. A rejeição à figura da prefeita é de 77,8%. Em relação à sua gestão, chega a quase 50% o número de pessoas que consideram o governo péssimo (37,4%) e ruim (13,5%). 

Entre os prefeitos da região, Maria Antonieta ostenta o pior desempenho das pesquisas realizadas pelo IPAT na região - que envolve nove cidades. Se existe algum traço de surpresa na equipe da prefeita, não podemos dizer o mesmo da população que avaliou negativamente a prefeita.

No último período, no lastro das jornadas de junho e das greves que sacudiram o país, o povo do Guarujá - especialmente de Vicente de Carvalho - se levantou contra uma série de ataques e descasos do poder público municipal. Recentemente, tivemos a luta popular contra o fechamento do Pronto Socorro de Vicente de Carvalho, com uma dura batalha travada pelas famílias; a sistemática luta por moradia, com uma série de ocupações; além das greves dos professores da rede municipal e dos motoristas de ônibus.

Como ponto comum de todas essas lutas está o fato de que se enfrentaram diretamente com a intransigência e descaso da prefeita Maria Antonieta, que caminha para um segundo mandato que não deixará saudades. Ainda assim, o preço que está sendo pago pela prefeita por ter escolhido governar para os empresários é muito pequeno perto do preço que a população pagou e continua pagando por ter um governo que vira as costas para a população pobre.

Infelizmente, Guarujá é um dos retratos mais explícitos de um país extremamente desigual. De um lado, belas praias e mansões que ostentam riqueza; de outro, o completo abandono e caos de serviços essenciais à população como saúde e educação, e de direitos básicos como a questão da moradia. 

Com suas modestas forças, o PSTU seguirá ao lado do povo trabalhador do Guarujá em todas as lutas travadas por seus direitos e melhores condições de vida. E, mais uma vez, afirmamos que é nas greves e nas lutas da população que será possível construir uma cidade para os trabalhadores.

13 de outubro de 2014

Segundo turno: quem fortalece a direita?


* Gabriel Casoni, da direção regional do PSTU Baixada Santista

No bate-papo dos velhinhos na praça, almoço de domingo em família, conversas entre os colegas de trabalho, redes sociais, em toda parte, o assunto é um só: Dilma ou Aécio?

As discussões são acaloradas, apaixonadas. Na esquerda e entre os trabalhadores, há um legítimo ódio contra Aécio e o PSDB. Ainda martelam na mente, como um pesadelo, as lembranças do governo de FHC. Quem não se lembra das privatizações obscenas? Quem não se recorda do desemprego em massa e dos ataques aos direitos dos trabalhadores? Quem não pensa nas milhões de famílias que viviam assoladas pela fome e o desamparo?

Os tucanos e seus comparsas não merecem um pingo de confiança do povo brasileiro. É preciso chacoalhar os trabalhadores e os jovens que, frustados com o governo Dilma, pensam em votar em Aécio. O PSDB e seus aliados são nossos inimigos irreconciliáveis e assim devem ser tratados pela classe trabalhadora.

Até esse ponto há um consenso entre aqueles que se consideram de esquerda. Porém, por outro lado, não há um acordo sobre o voto em Dilma no segundo turno.

Muitos amigos, preocupados com o crescimento eleitoral da direita, me perguntam: não seria sensato votar em Dilma para evitar um retrocesso ainda maior com a vitória da Direita?

Em primeiro lugar, os alerto: a direita não está só na oposição tucana. A direita está com muito peso dentro do próprio governo Dilma. Com quem está Maluf, Sarney, Collor, Kátia Abreu e tantas outras figuras sinistras?

E mais, para os banqueiros, empreiteiras, ruralistas, enfim, para a grande burguesia corrupta e parasitária, o investimento feito até aqui na candidatura petista é maior do que as doações destinadas aos tucanos. É preciso refletir com serenidade sobre o significado desse fato tão revelador.

Por fim, termino com algumas perguntas sinceras aos meus amigos que temem o triunfo dos tucanos: o que explica o crescimento da Direita nas eleições? O que fez com que uma figura lamentável como Aécio possa aparecer na TV, com o sorriso na boca, falando em nome da mudança?

Não será o momento de refletir sobre o pacto de Lula e do PT com os banqueiros, as empreiteiras e os partidos corruptos da direita?

A história está farta de exemplos de governos de “esquerda” que, servindo aos velhos senhores, fazem renascer a direita moribunda.

A estratégia da direção petista, a da administração dos negócios capitalistas com pequenas concessões sociais, é a principal responsável pelo sorriso reluzente de Aécio na campanha. Infelizmente, o PT é a esquerda que a direita gosta. Alimentar ilusões não faz bem. Por isso, votarei nulo no segundo turno.

10 de outubro de 2014

Posição do PSTU no segundo turno das eleições presidenciais

É nas lutas que vamos mudar o Brasil para assegurar vida digna para os trabalhadores e o povo pobre 

Zé Maria, Presidente Nacional do PSTU

Diante de um segundo turno disputado por um candidato do PSDB – representante maior dos bancos e das grandes empresas em nosso país – e uma candidatura do PT, nós entendemos as razões que levam ainda muitos trabalhadores a acharem que é melhor votar em Dilma para derrotar Aécio Neves, e respeitamos, obviamente, a opinião de todos que pensam assim. Mais que isso, queremos estar juntos com estes e com todos os trabalhadores nas lutas que teremos pela frente para defender nossos direitos e melhores condições de vida para nosso povo. No entanto, queremos expressar claramente a opinião do nosso partido pelo voto nulo e as razões pelas quais a adotamos.

O PSTU lançou candidatos às eleições para defender um programa operário e socialista para o país. Um programa para garantir o atendimento das demandas necessárias para assegurar vida digna para os trabalhadores e o povo pobre - saúde, educação, moradia, transporte, aposentadoria, reforma agrária, emprego e salário digno para todos. Para assegurar o respeito aos direitos das pessoas LGBT, o fim da discriminação e do machismo contra as mulheres e do racismo contra negros e negras. Que ponha fim à violência e à criminalização da pobreza e das lutas dos trabalhadores e da juventude brasileira.

Um programa que, para atingir estes objetivos, avança em medidas para colocar fim ao controle que os bancos, as empreiteiras, as multinacionais e as grandes empresas têm sobre nosso país, pois esta é a única forma de acabar com a injustiça e a desigualdade.

O segundo turno das eleições será disputado por duas candidaturas que não defendem este programa. Aécio Neves, do PSDB é o representante direto dos bancos e das grandes empresas que controlam o país. Seu governo seria a expressão clara do retrocesso, da volta de um governo que, como FHC, privatizou, entregou o patrimônio do Brasil às multinacionais e atacou duramente os direitos dos trabalhadores. De governos como o de Geraldo Alckmim de São Paulo e de Anastasia em Minas Gerais, onde a brutalidade e a violência policial é a única resposta às demandas dos trabalhadores, do povo pobre e da juventude a brutalidade policial.

A continuidade do governo do PT, com Dilma Roussef, tampouco vai trazer as mudanças que os trabalhadores e a juventude brasileira querem, para terem uma vida melhor. Depois de 12 anos de governo petista, é forçoso reconhecer que este partido tem governado privilegiando os mesmos interesses que o governo anterior. Ao buscar uma aliança com os bancos e grandes empresas para governar (representados pelos Sarney’s, Collor’s e Maluf’s da vida), o PT não mudou nem vai mudar o país.

O Bolsa Família, apresentado como prioridade do governo petista, pois destinado a combater a pobreza, leva do orçamento do país cerca de 24 bilhões de reais/ano. Já o Bolsa Banqueiro – recursos públicos que saem do mesmo orçamento para engordar os lucros dos bancos e especuladores do mercado financeiro – chega a 900 bilhões de reais/ano. Ou seja, a prioridade, de fato, segue sendo os bancos e não os pobres.

Pelo contrário, com a desaceleração da economia que estamos assistindo – o PIB do país deve crescer menos de 1% este ano – o que está em preparação desde já são mais ataques aos direitos dos trabalhadores. É o aumento do preço da gasolina (e aumento de preços que vêm em cascata toda vez que aumenta a gasolina), aumento da tarifa de luz, continuidade das privatizações, como o recente leilão do Campo de Libra; o que se prepara é mais subsidio para os bancos e grandes empresas, e não medidas que impeçam o crescimento de desemprego.

Vai ser assim em um eventual governo do PSDB, mas infelizmente, pelo que se viu nos últimos doze anos, também em um governo do PT. A experiência do povo brasileiro com os governos do PSDB e também com os governos do PT não dá base para que se tenha ilusão de que o resultado destas eleições mude o país e acabe com as mazelas que afligem nossa vida cotidianamente. Pelo contrário, os trabalhadores e a juventude devem se preparar para a luta em defesa de seus direitos e interesses. É nas lutas que vamos mudar o Brasil para assegurar vida digna para os trabalhadores e o povo pobre.

O PSTU acredita, como dissemos no primeiro turno, que o voto é um gesto político, fortalece quem o recebe. E – por tudo que está dito acima – nossa opinião é que não podemos fortalecer nenhuma das alternativas que estão disputando o segundo turno. Por esta razão, nossa opinião é que o voto certo no segundo turno é o voto nulo, e que sim, precisamos fortalecer cada vez mais a organização e a luta dos trabalhadores e a juventude, pois é na luta que reuniremos condições para mudar nosso país. É esta opinião que levamos aos milhares de trabalhadores e jovens que nos acompanharam na primeira fase das eleições.

Saudações socialistas 
Zé Maria, Presidente Nacional do PSTU

8 de outubro de 2014

Governos querem jogar famílias do Núcleo Água Fria, em Cubatão, na rua

“Quem é rico mora na praia, mas quem trabalha nem tem onde morar” Fagner 

Os moradores do Núcleo Agua Fria, uma ocupação com mais de quarenta anos de existência em Cubatão, além de viverem uma situação de total abandono por parte dos governos; ruas esburacadas, falta de instalações adequadas de agua e energia elétrica. Agora sofrem a ameaça de serem expulsos de suas casas sem indenização. O governo está oferecendo um auxilio aluguel no valor de 400 reais. Valor muito diferente do aprovado como auxilio moradia para juízes, 4.300,00 reais. Todos sabem que com 400 reais não se aluga casa em lugar algum da Baixada Santista.

No Núcleo Água Fria vivem cerca de 700 famílias de trabalhadores que convivem com o abandono das autoridades. A localidade é um retrato do descaso. Falta tudo. As ruas são esburacadas e o saneamento básico precário.

Neste ano, os moradores do local foram castigado pela enchente de 22 de fevereiro. Na época o governador Alckmin prometeu duas mil moradias para atender toda a região atingida pela enchente, mas como tantas outras, essa proposta do governador também não saiu do papel.

Água Fria é um retrato do que ocorre em Cubatão e em todo o Brasil. Os trabalhadores, que constroem a riqueza da cidade e do país, ganham tão pouco que não tem um direito básico: uma casa. Em Cubatão, uma das cidades que mais produz riqueza no Brasil, temos mais de 14 mil famílias moram precariamente, são mais de 50 mil pessoas que ajudam a produzir a riqueza da cidade, mas tem os direitos básicos negados.

No Brasil a situação não é diferente. Apesar de ser um país muito rico, a sexta maior economia do planeta, amarga graves problemas sociais. Pois os governos repassam a riqueza produzida pelos trabalhadores para os banqueiros e grandes empresários que financiam suas campanhas eleitorais. E o povo trabalhador fica miséria.

Segundo o IBGE faltam 7,9 milhões de residências no Brasil e 25% da população (52 milhões de pessoas) têm condições precárias de moradia. 90% das famílias que precisam de moradia ganham até 3 salários mínimos, mas 60% das verbas do programa do governo federal minha casa minha vida vão para famílias com renda superior, pois são as preferidas das empreiteiras. Além de não beneficiar as famílias que mais necessitam o programa minha casa minha vida repassa bilhões para as grandes empreiteiras, aumentando a chamada especulação imobiliária. O que eleva o preço dos alugueis.

O que querem as famílias de Água Fria?
As famílias de agua fria querem casas! Elas já tem suas casas construídas com muito trabalho no Núcleo Água Fria e não é justo que sejam despejadas, sem intenção, e com um auxilio aluguel de 400 reais, valor abaixo do preço dos alugueis em toda Baixada Santista. Por tanto as famílias só aceitarão sair do Núcleo com a garantia por parte dos governos de irem para uma casa.

Proteção do meio ambiente: dois pesos duas medidas
A justiça alega que a retirada das famílias é uma medida para proteger o meio ambiente. Faz parte de um projeto para recuperar a encosta da Serra do Mar. É muito importante a proteção do meio ambiente, mas a questão é tratada como caso de policia quando trata-se de famílias de trabalhadores e a justiça faz vista grossa para a destruição ambiental vinda de empresários. Os ricos e poderosos poluem o meio-ambiente com suas indústrias em Cubatão, constroem casas em área de proteção ambiental nas encostas são Pedro e Iporanga (Guarujá) e até um condomínio fechado em área de proteção ambiental, na beira da praia e de quebra fecham a praia só para eles. A Riviera de São Lourenço. E contra isso a justiça se cala. 

Todo apoio a luta das famílias de Agua Fria!
Moradia digna para todas as famílias de Agua Fria Já!
Por garantia de moradia digna para todos!
Por um plano de obras publicas para a construção de 7,9 milhões de casas no Brasil!
6% do PIB (total de riqueza produzida no país em um ano) em moradia popular já!

Nota de repúdio ao caso de LGBTfobia em Mongaguá

A juventude socialista do PSTU Baixada Santista deixa claro, através desta nota, seu nojo e indignação ao caso descarado de LGBTfobia ocorrido recentemente na cidade de Mongaguá, Litoral Sul de São Paulo. 

A vítima foi o estudante Alê Secker, cujo nome de registro é Alessandra Secker, que nesta última segunda feira (6) sofreu uma violenta agressão de um desconhecido ao deixar a pousada da mãe na cidade litorânea. O agressor utilizou pedradas e chutes para ferir a vítima, além de ofender e ameaçar o estudante de morte. O caso já foi registrado, mas a identidade do agressor continua desconhecida.

O mais revoltante foi que Alê já havia sofrido outra violência LGBTfóbica anos atrás, o que claramente demonstra o medo constante que gays, lésbicas, bissexuais e pessoas trans* passam diariamente. A qualquer minuto uma ameaça, uma agressão e até mesmo uma morte. Viver é uma luta para a comunidade LGBT. Basta!

O programa do PSTU visa uma sociedade livre de opressões e preconceitos, e mais um caso de tentativa de homicídio da comunidade LGBT demonstra a necessidade da luta por essa sociedade! 

Nestas últimas eleições foi eleito o Congresso mais conservador desde 1964, o que implica que a mudança que a comunidade, e os trabalhadores, precisam não será feita através das urnas ou do sistema. A mudança pela liberdade e fim das opressões só será feita através das lutas! Lutas que nós do PSTU nos orgulhamos de apoiar todos os dias e não desistiremos sob nenhuma circunstância!

Que a comunidade LGBT não precise mais viver escondida sob medo constante de violência! Basta de preconceitos e opressões! Deixamos aqui nosso apoio incondicional a Alê e para outros tantos que sofrem o mesmo tipo de violência. Estaremos sempre ao lado de vocês auxiliando nessa luta! 

Nota da Juventude do PSTU Baixada Santista

3 de outubro de 2014

Não basta ser da região. Tem que ser de luta e sem rabo preso com empresários e corruptos. Vote nos candidatos do PSTU

Faltam poucos dias para as eleições, que acontecem no próximo domingo - 5 de outubro. E se existe ainda muita dúvida sobre o voto para as candidaturas majoritárias - presidência, governos estaduais e senado -, a interrogação dos eleitores é ainda maior na hora de votar para deputado estadual e federal.  

Na Baixada Santista, segundo pesquisa do IPAT (Instituto de Pesquisas A Tribuna), mais de 57% dos eleitores entrevistados não sabem ainda em quem votar para federal. Para estadual, o número é maior: 61,11% ainda não definiram seu voto.

Diante disso, mais uma vez o que se espera é a influência de dois fatores para a escolha na última hora: por um lado, o peso econômico, e por outro o fator regional. As candidaturas milionárias, financiadas pelos empresários, são via de regra as mais lembradas na hora do voto. Isso tem uma explicação simples.

Com os milhares de materiais espalhados nas ruas (santinhos, informativos, adesivos), carros de som, cavaletes, banners, anúncios em jornais e propaganda na tevê, os candidatos com campanhas milionárias praticamente sufocam as demais candidaturas, que sequer têm condição de apresentar suas propostas diante da desigualdade econômica que a eleição com financiamento privado de campanha perpetua.

A Baixada Santista é um exemplo disso. Papa, do PSDB, e Beto Mansur, do PRB, ambos ex-prefeitos de Santos, aparecem nas pesquisas nas primeiras posições da corrida por uma cadeira na Câmara dos Deputados, em Brasília. Ao mesmo tempo, não por acaso, quando o tema é doação de empresas são os campeões de arrecadação. Dos mais de R$ 680 mil já arrecadados por Papal, R$ 520 mil vieram de empresários. Já Beto, velho conhecido da população e da Justiça por exploração de trabalho escravo e infantil em sua fazenda, recebeu até agora mais de R$ 310 mil em doações - R$ 250 mil de empresas. 

Um dos maiores doadores, para as duas candidaturas, é o milionário Armênio Mendes - conhecido pelos santistas como “o dono da cidade” por ser o proprietário de inúmeros empreendimentos. Se é o dono da cidade não podemos afirmar, mas sem sombra de dúvidas Papa e Beto Mansur terão a quem servir caso sejam eleitos. 

Afinal, empresário não faz doação, faz investimento! Todos os candidatos financiados por empresários governam e legislam, quando eleitos, para quem bancou suas campanhas. Esse é um dos ciclos da corrupção e um dos exemplos práticos do por que esses políticos, que se revezam no poder há anos, governam para os ricos e poderosos, não para a maioria explorada do povo. 

Fica fácil "deduzir", com esses números, por que as obras do VLT tiveram o seu trajeto alterado justamente numa das áreas em que existe um empreendimento do empresário Mendes. Oficialmente nada se diz, é claro, mas sabe-se que o trajeto anterior não agradava em nada o empresário, que temia ter seu negócio desvalorizado. 

Voto regional não basta
Com uma campanha modesta, construída pela militância e por seus simpatizantes, o PSTU lançou dois nomes para deputado estadual na região. Luiz Xavier (16456), militante histórico da construção civil de Cubatão e servidor público de Santos aposentado, e Samuel Lopes (1600), servidor da Prefeitura na área de Assistência Social.

Samuel Lopes e Luiz Xavier, durante Campanha em Vicente de Carvalho

Na eleição de 2012 foram os candidatos do PSTU para os cargos de prefeito e vice-prefeito de Santos, respectivamente. Para deputado federal, estamos fazendo uma forte campanha pela candidatura de Toninho Ferreira (1616), advogado das famílias do Pinheirinho, em São José dos Campos, que foi a maior ocupação urbana da América Latina e, lamentavelmente, desocupada de maneira violenta em 2012 pela PM de Alckmin. 

Em comum nesses três nomes, uma larga trajetória de luta ao lado do povo pobre e trabalhador. Em comum, três militantes de esquerda, socialistas, que nunca mudaram de lado. 

Para o senado apresentamos a candidatura de Ana Luiza (161) e para governador indicamos o voto em Gilberto Maringoni (50), ambos candidatos pela Frente de Esquerda (PSTU/PSOL). Para presidente, o candidato da legenda é Zé Maria (16), metalúrgico e dirigente histórico da classe trabalhadora que não mudou de lado.

A campanha do PSTU, assim como sua luta cotidiana, se dá com o povo pobre trabalhador

O PSTU é diferente. Não aceita nenhum centavo dos empresários, pois entende que não existe independência política sem independência financeira. Nossa campanha é bancada e realizada pela militância, que acredita em um ideal, e pelos simpatizantes, que confiam em nossas propostas e modo de fazer política.

Para os velhos políticos perderem, os empresários e corruptos precisam perder. Por isso, pedimos que apoie e vote nos candidatos do PSTU - um partido que todos os dias, e não apenas de quatro em quatro anos, está ao lado dos explorados e oprimidos. Vote nos candidatos de esquerda, naqueles que apoiam as greves e mobilizações dos trabalhadores e da juventude. Fortaleça essa luta!

“Voto útil é aquele do qual você não se arrepende”



Em entrevista ao Opinião, o candidato à presidência da República pelo PSTU, Zé Maria, explica porque votar em uma candidatura operária e socialista, e fala que o PSTU é um partido diferente, que luta para “fazer uma revolução socialista em nosso país”. 

Por que é inútil votar em Marina, Aécio ou Dilma? Por que é útil votar em você, do PSTU? 
ZÉ MARIA - O voto útil é aquele do qual você não se arrepende. Votar em Dilma, Marina ou Aécio é escolher que as coisas continuem como estão ou piorem. Estas três candidaturas defendem o mesmo modelo econômico, que privilegia os interesses dos bancos, das empreiteiras, do agronegócio. Basta ver que todas elas estão recebendo milhões de bancos e empresas para financiar suas campanhas. O voto é um gesto político e devemos usá-lo a favor das mudanças que precisamos no país, para fortalecer nossa luta e podermos estar mais fortes para enfrentar os ataques que virão e defender nossos direitos. Esse voto é um voto no PSTU, no 16. 

O horário eleitoral passou a exibir ataques entre Dilma, Marina e Aécio, nos quais todos eles dizem ser contra os banqueiros e defender os trabalhadores. Esse debate é coerente com o programa e atitude destes candidatos?
ZÉ MARIA - Estamos assistindo um festival de mentiras. Marina diz que representa a nova política e o povo pobre, mas, na verdade, está cercada de assessores do PSDB que estão definindo a sua política econômica. Sua candidatura é financiada pelos bancos e grandes empresas. Aécio, do PSDB, é a volta ao passado e nós sabemos o que foi o governo FHC. Mas, tampouco as mudanças que precisamos virão com a continuidade do governo Dilma. Já são 12 anos de governos do PT, os bancos seguem mandando e as privatizações continuam. Dilma diz que a prioridade é o pobre, a mulher e os negros, mas com a Bolsa Família ela gasta R$ 23 bilhões ao ano. Com os bancos são R$ 800 por bilhões por ano! Se a prioridade fossem os trabalhadores e os pobres, ela colocava estes 800 bilhões para atender as reivindicações de mudança da maioria. Com qualquer uma destas três alternativas a vida não vai mudar para melhor. Hoje a maioria não confia nos políticos.

Você diz que não vamos mudar o país através das eleições. Então qual o sentido de disputar as eleições e de lutar para eleger deputados do PSTU?
ZÉ MARIA - O PSTU disputa as eleições para apresentar uma proposta alternativa para o país, para demonstrar que é possível assegurar vida digna para os trabalhadores, o povo pobre e oprimido, desde que acabemos com os privilégios dos bancos e das grandes empresas. Não podemos deixar os trabalhadores e jovens à mercê da propaganda das candidaturas dos patrões. Em segundo lugar, o fazemos para levar aos trabalhadores e jovens a ideia de que estas mudanças só vão ocorrer se tivermos no país, um governo dos trabalhadores, sem patrões. Para que tenhamos um governo assim e para que ele possa governar precisamos avançar em nossa organização e em nossa luta. Sem um amplo processo de mobilização social para lutar por essas mudanças, com o povo nas ruas, não conseguiremos mudar o Brasil. A campanha e a construção do PSTU estão a serviço destes objetivos. É importante o voto no PSTU porque esse voto ajuda a avançar a mobilização, a consciência e a organização dos trabalhadores. Queremos eleger deputados para que eles estejam a serviço da luta dos trabalhadores e da construção desta alternativa. Os deputados do PSTU vão denunciar as falcatruas do Congresso Nacional e do governo e vão lutar contra os privilégios dos políticos. Um deputado ou deputada do PSTU vai viver com o mesmo salário que recebe hoje, antes de ser deputado, e vai propor que nenhum político ganhe um salário maior que o salário de um operário ou de um professor. 

Por que não se fez uma Frente de Esquerda entre PSTU, PSOL e PCB? 
ZÉ MARIA - Na primeira eleição em que o PT participou, em 1982, Lula foi candidato a governador de São Paulo. O programa era romper com o FMI, não pagar a dívida externa e estatizar os bancos. Teve 10% dos votos. Para mim o resultado pareceu ótimo. Lula achou muito ruim e decidiu que se não deixasse de defender estas bandeiras polêmicas nunca ganharia as eleições. Começou uma rotina de rebaixamento do programa para buscar mais votos, e isso nunca mais parou. Depois, passou a fazer alianças com os patrões e a receber dinheiro de empresas. Pois bem, na primeira reunião que fizemos com a direção do PSOL para discutir a Frente, nos disseram que não estavam a favor de defender um programa que tivesse bandeiras consideradas radicais (estatização dos bancos, reestatização das empresas privatizadas, nacionalização das terras etc.), porque isso dificultaria a disputa dos votos. Não tínhamos como concordar com isso. Dizer aos trabalhadores que é possível mudar suas vidas sem adotar estas mudanças seria mentir para as pessoas. Estávamos diante de cenas que já tínhamos vivido com o PT, e já sabemos como terminou este filme. Por outro lado, não tínhamos segurança de que não seria aceito financiamento da campanha por empresas. Hoje, sabemos que pelo menos um grande grupo empresarial (Zaffari) ajuda a financiar a campanha do PSOL. Aliás, não é a primeira vez. E sem independência econômica, não há independência política. Se nossa alternativa pressupõe a luta contra as grandes empresas, como vamos fazer isso sendo financiados por elas? O PT enveredou por este caminho e deu no que deu. Não temos o direito de repetir esta história. O PCB havia decidido lançar candidatura própria, o que respeitamos. 

Você e o PSTU priorizaram fazer uma campanha mais forte na classe operária, percorrendo canteiros de obras, fábricas e bairros operários. Por que esta prioridade e como vem sendo esta campanha?
ZÉ MARIA - O projeto que defendemos é operário e socialista. Nada mais adequado que o partido busque envolver nesta luta a maior quantidade possível de operários. E que busque ampliar sua influência e organização no seio da classe operária. Por isso, centramos nossa campanha aí. Mas não é só na campanha. Viemos para ficar. E a receptividade está muito boa. Há um processo de ruptura amplo com o PT na classe operária. Setores da classe não acreditam mais que o PT vá mudar o país. É normal que, eleitoralmente, grande parte destas rupturas busquem uma alternativa eleitoral que lhes pareça viável para derrotar o PT. Mas isso não elimina o espaço para a discussão do programa que o PSTU apresenta. Pelo contrário, sentimos um espaço cada vez maior para as ideias do partido neste setor e estamos lutando para que o maior número possível deles vote no 16 e venha somar-se a nossa luta. Estamos muito contentes com o que temos alcançado com a campanha até agora. Existem dados crescentes de crise econômica e social não apenas no Brasil, mas em toda América Latina. 

Para o que devem se preparar os trabalhadores, caso Dilma, Aécio ou Marina sejam eleitos? 
ZÉ MARIA - Há sinais cada vez mais claros de que a economia brasileira caminha para uma situação parecida com a crise que temos visto em outras regiões do planeta. Algumas semanas atrás, divulgaram um crescimento negativo do PIB. A situação da indústria automotiva é só uma das expressões desta situação. As consequências já estão se fazendo sentir, com demissões na indústria, principalmente no Sul e Sudeste. Isto tende a piorar e nós sabemos o que acontece nas crises. Os bancos e grandes empresas fazem de tudo para descarregar seus custos nas costas dos trabalhadores. E como as candidaturas apontadas como prováveis vencedoras tem compromissocom os bancos e grandes empresas, podemos esperar por demissões e redução de direitos. Quando falam em ajuste fiscal, podemos esperar sucateamento dos serviços públicos. Precisamos estar preparados para enfrentar essa situação com luta, para evitar que isso aconteça da mesma forma que fizemos baixar o preço da tarifa do transporte, em junho de 2013.

Você sempre fala que o PSTU não é um partido eleitoreiro, é um partido diferente, uma ferramenta contra o sistema. O que você diria a um operário ou operária, já tão atarefados, para que dediquem um tempo para vir ajudar a construir essa ferramenta?
ZÉ MARIA - Mudar, para que os recursos do país e a riqueza produzida pelo trabalho fossem usados para garantir vida digna aos trabalhadores e ao povo pobre, era o sonho de milhões de trabalhadores brasileiros que ajudaram a construir o PT na década de 80. Queríamos um instrumento político para a luta da nossa classe, para realizar esse sonho. Infelizmente, isso tudo se frustrou porque o PT, a partir de sua direção, não escolheu o caminho de organizar a luta da nossa classe para mudar o Brasil. Escolheu buscar uma aliança com os patrões. E com os banqueiros, para ganhar as eleições e governar. E nossa classe está aprendendo, a duras penas, uma lição importante. Mas a desilusão com o PT não pode nos levar ao desalento, a não acreditarmos mais em nosso sonho. O primeiro passo é acreditarmos em nós mesmos e em nossa capacidade. Nós, os trabalhadores, somos a ampla maioria da população; nós construímos toda a riqueza do país com o nosso trabalho; nós fazemos o país funcionar. Por que então não podemos governar o Brasil? E, no governo, mudarmos o país, para que a prioridade deixe de ser o banqueiro, as empreiteiras, o agronegócio, as multinacionais, e passe a ser o trabalhador? Podemos sim. E força para isso nós temos, se decidirmos lutar por estas mudanças. Não fomos nós que, nas ruas, no início da década de 80 derrubamos a ditadura? O PSTU é o partido que quer resgatar esse sonho. E aprendemos com a história. Não somos iguais ao PT. Somos socialistas, lutamos para fazer uma revolução em nosso país, para acabar com a desigualdade, a injustiça, a opressão e a violência contra os trabalhadores. Para isso precisamos de um partido político diferente, que seja um instrumento para a luta do povo e não um partido para se aproveitar do povo como estes que estão aí. E este partido é o PSTU. Venha para o PSTU. Construir esse partido é ajudar nossa própria classe a realizar seu sonho de viver em uma sociedade livre de toda forma de exploração e opressão. 

Publicado originalmente no Opinião Socialista nº 486

24 de agosto de 2014

Ato contra atitude homofóbica de bar santista reúne mais de 100 pessoas

No último sábado (23), o PSTU teve o orgulho de participar de um momento histórico das lutas LGBTs (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros) na cidade de Santos: Um grande ato contra um descarado ato de homofobia do bar “Toca do Garga”, que expulsou um casal homossexual de seu estabelecimento e posteriormente tentou se justificar em sua página oficial no facebook avisando que o local é “tradicional e antiquado”, voltado apenas para pessoas “que gostam de cerveja, comida pesada e futebol” e não “modernos que dão o c*”. Um lugar seleto sem essa coisa de “homem com homem, mulher com mulher e outras coisas do gênero”. Enganou-se ao pensar que a situação ficaria por isso mesmo. 

Cerca de cem pessoas comparecem à frente ao bar portando cartazes e gritando palavras de ordem a favor da diversidade sexual e contra qualquer tipo de preconceito. Gays, Lésbicas, Bissexuais, pessoas Trans* e vários outros simpatizantes em um ato que fechou a rua e forçou o opressor e homofóbico dono do bar a ver um “beijaço gay”, ou seja, diversos casais homossexuais se beijando bem na frente do estabelecimento tão “tradicional e antiquado” que ele se orgulha tanto. Uma noite que ele dificilmente irá se esquecer. 

O PSTU compareceu em peso, como sempre, apoiando todas as lutas sociais das minorias marginalizadas contra as opressões diárias. Com o lema “Minha luta é todo dia, contra o machismo, o racismo e a homofobia”, nossa bandeira com as cores do arco-íris (símbolo da luta LGBT) foi erguida orgulhosamente para quem quisesse ver. Nunca teremos medo de apoiar, onde quer que seja, os levantes populares das populações historicamente oprimidas a favor da liberdade e da justiça em busca de um Estado Socialista onde toda a diversidade humana será respeitada e valorizada. 

Estaremos de olho no bar para que isso não se repita. Por enquanto, continuamos nossa luta em busca de um mundo humanamente justo onde não existam formas de preconceito e opressão. Lutaremos por todos: pela liberdade, pela felicidade e pela diversidade!

13 de agosto de 2014

Nota sobre a Tragédia em Santos e a morte de Eduardo Campos I PSTU Baixada Santista

O trágico acidente aéreo ocorrido nesta quarta-feira (13) entristeceu e chocou todos os brasileiros e especialmente a população santista, que acompanhou estarrecida cada informação divulgada ao longo do dia. 

Foram  sete mortos, entre eles o presidenciável Eduardo Campos (PSB). Diversas pessoas ficaram feridas (até o momento, o número oficial não foi divulgado). 

O avião caiu sobre algumas casas no bairro residencial do Boqueirão, em Santos (SP). A aeronave pretendia seguir para pouso no aeroporto do Guarujá (SP). 

Muitas famílias e pedestres foram atingidos pelos estilhaços da explosão. Perante essa tragédia, que por pouco não foi ainda mais grave, a Baixada Santista teve um dia de luto. 

O PSTU se solidariza com a dor das famílias e amigos que perderam entes queridos ou que os têm feridos. 

Embora não compartilhemos do projeto político que representava Eduardo Campos (PSB), pois defendemos um país governado para e com os trabalhadores,  nesse momento de comoção humana, fica todo o nosso pesar com o sofrimento de todos  que perderam amigos e familiares.

31 de julho de 2014

Lançamento das candidaturas do PSTU na Baixada Santista acontece no dia 14 de agosto, em Santos


Acontece no próximo dia 14 de agosto, quinta-feira, o lançamento das candidaturas do PSTU na Baixada Santista. 

A atividade, que começará às 18h30, será realizada na sede da legenda, em Santos.Além de Luiz Xavier e Samuel Lopes, candidatos a deputado estadual pelo PSTU na região, a atividade também contará com a presença de Ana Luiza, candidata ao Senado pela Frente de Esquerda (PSTU/PSOL), e de Toninho Ferreira, candidato prioritário da legenda para deputado federal no estado de São Paulo.

Ana Luiza, que é trabalhadora do Judiciário Federal em São Paulo, é reconhecida por sua luta em favor das mobilizações e greves de trabalhadores, além de ter como marca a batalha contra o machismo. Na pesquisa mais recente do Instituto DataFolha, recebeu 4% das intenções de voto.

Já Toninho Ferreira, advogado das famílias do Pinheirinho, em São José dos Campos, é uma figura conhecida por sua luta por moradia em toda a região do Vale do Paraíba. 

Luiz Xavier é funcionário público aposentado, com longa trajetória no movimento operário de Cubatão. Já Samuel Lopes é servidor de Santos na área de assistência social. Enquanto Xavier tocará nos temas mais sentidos por toda a população, somando-se às demandas da classe operária, Samuel irá conduzir uma campanha com foco na luta contra o racismo e a privatização dos serviços públicos da região.

O evento, que será aberto à participação pública, apresentará as candidaturas do PSTU com um programa de governo voltado aos trabalhadores, juventude, aposentados e a população pobre, com propostas que, de fato, representam uma mudança para o país.

O PSTU defende que é preciso enfrentar os interesses das grandes empresas, banqueiros, empreiteiras e do agronegócio para poder atender as reivindicações da maioria da população, tais como: mais investimentos em saúde e educação públicas; redução da jornada de trabalho para  gerar empregos; melhores salários e direitos, transporte de qualidade com tarifa zero; construção de moradias populares; contra a violência à mulher, o racismo e a homofobia, entre outras.

Nas candidaturas majoritárias do Estado, o PSTU formou uma Frente de Esquerda com o PSOL. Para governador, o candidato será Gilberto Maringoni (PSOL), professor universitário e jornalista; para o Senado, Ana Luiza (PSTU), trabalhadora do Judiciário Federal de São Paulo. Para a presidência, o PSTU apresenta novamente o nome de Zé Maria, metalúrgico e presidente nacional do partido, com Cláudia Durans como vice. 

A sede do PSTU Baixada Santista fica na Rua Júlio Mesquita, 16, sala 1, Vila Mathias, em Santos.

22 de julho de 2014

Luiz Xavier e Samuel Lopes são os candidatos do PSTU na Baixada Santista

Candidatos a prefeito e vice-prefeito de Santos na eleição de 2012, Luiz Xavier e Samuel Lopes farão nova dobradinha neste ano, mas desta vez para o mesmo cargo: deputado estadual. Eles foram os nomes escolhidos pelo diretório regional do PSTU para a disputa por uma vaga na Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP).

Para deputado federal é apresentado como candidato prioritário para o estado de São Paulo o nome de Toninho Ferreira, advogado das famílias do Pinheirinho - antiga ocupação em São José dos Campos que foi desapropriada pela Polícia Militar - numa ação do Governo Alckmin (PSDB) até hoje considerada um crime contra a humanidade por diversas organizações internacionais em virtude da violência praticada.

A participação do PSTU nas eleições tem o papel de divulgar para os trabalhadores e a população as propostas do partido. “Queremos mostrar nossas ideias, aquilo que julgamos necessário para transformar o país e defender os interesses dos trabalhadores da Baixada Santista”, assegura Xavier, funcionário público aposentado que também teve longa trajetória no movimento operário de Cubatão.

Para Samuel, servidor de Santos na área de assistência social, as candidaturas têm o mesmo programa, mas serão destinadas a segmentos distintos. “Apesar de tocar em todos os temas fundamentais para a região, já iniciei minha campanha com uma marca que pretendo levar até o dia da votação: a luta contra o racismo e a violência policial, somada à defesa da gratuidade e qualidade dos serviços públicos da região. Vou combater a privatização na saúde e na educação, que afeta principalmente o povo pobre e negro da Baixada Santista˜, explica.   

Um dos desafios das candidaturas do PSTU será se diferenciar dos outros 31 candidatos a deputado estadual que se apresentam como opção ao eleitor da Baixada Santista - espalhados nas nove cidades da região. Na opinião de Xavier, o principal obstáculo será levar ao maior número possível de pessoas as suas ideias.

“Muitos dos candidatos que se apresentam como os salvadores da pátria para os os problemas da região são velhos conhecidos da população. Muitos deles foram responsáveis diretos pelo atual estado de coisas, pois já atuaram como vereadores e, em alguns casos, temos até ex-prefeitos em disputa. Tiveram sua chance e desperdiçaram governando para os poderosos”, afirma Xavier. Opinião semelhante é compartilhada por Samuel. "Nunca governaram para quem de fato faz a região funcionar e gerar tanta riqueza para o país: os trabalhadores".  

Neste sentido, Xavier levanta como uma das principais tarefas do PSTU nessas eleições explorar todos os espaços possíveis para divulgar as propostas do partido para a região. Em outras palavras, o desafio que se coloca é furar o bloqueio que existe sobre suas candidaturas. 

"É evidente que os candidatos das legendas maiores têm mais espaço na imprensa e na propaganda eleitoral na tevê. Além disso, como governam para os empresários, recebem em troca muitas “doações" para colocar na rua campanhas milionárias e, por conseqüência, com mais visibilidade. Depois, quem paga a conta dessa relação perniciosa é a população. Não temos nada disso. Nossa campanha é e será feita com poucos recursos, sem cabo eleitoral, com a ajuda da militância e dos simpatizantes. Não aceitamos dinheiro de empresários, porque para nós independência financeira é um princípio. Por isso, vamos batalhar com nossas modestas forças para que os trabalhadores e o povo pobre saibam que têm alternativa, saibam que existem candidaturas a serviço das lutas e das greves que acontecem desde junho do ano passado”.

Nas candidaturas majoritárias do Estado, o PSTU formou uma Frente de Esquerda com o PSOL. Para governador, o candidato será Gilberto Maringoni (PSOL), professor universitário e jornalista; para o Senado, Ana Luiza (PSTU), trabalhadora do Judiciário Federal de São Paulo. Para a presidência, o PSTU apresenta novamente o nome de Zé Maria, metalúrgico e presidente nacional do partido, com Cláudia Durans como vice.