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Com o momentâneo arrefecimento do impeachment de Dilma, disputa mira 2018

17 de março de 2014

O que os comerciais de Dilma para o 8 de março escondem


Fabíola Calefi (Petroleira e membra da Executiva Nacional do MML - Movimento Mulheres em Luta)

Explorando o 8 de março, Dia Internacional da Mulher Trabalhadora, o PT lançou duas propagandas com temática feminista para impulsionar a candidatura de Dilma nas eleições de 2014. Em 60 segundos, um mundo repleto de oportunidades e esperanças é desenhado para a nova mulher brasileira.

Uma das afirmações presentes nas propagandas é de que “com o apoio do governo do PT a mulher constrói com suas próprias mãos um Brasil menos desigual... A força da mulher é a nova força que move o Brasil”.

Infelizmente, essa frase - muito bela em sua forma - não corresponde à realidade. Na verdade, ao contrário que afirma a presidente, o dia a dia da mulher brasileira continua sendo uma grande batalha, inclusive em defesa de sua própria vida. Isso porque a violência e a opressão à mulher aumenta assustadoramente. 

O chocante aumento do número de mulheres assassinadas e violentadas nos últimos anos no país é expressão brutal da realidade que o PT não falou na TV. Neste texto buscaremos esclarecer a verdade que Dilma e o PT tentaram esconder na TV. 

Um país mais justo?
O PT, há 11 anos no poder, tem lançado sistematicamente uma ofensiva ideológica para convencer a população de que vivemos num país mais justo. De acordo com esta lógica, o abismo que existe entre a imensa maioria mais pobre e a minoria rica estaria diminuindo na última década. No entanto, o que persiste é justamente o oposto: vivemos em um país em que a parcela mais rica da população está cada vez mais rica. 

Os lucros recordes dos banqueiros são apenas um exemplo. Recentemente, pudemos atestar que o lucro dos bancos brasileiros é maior que tudo o que é produzido por 83 países! Além disso, enquanto as famílias brasileiras de baixa renda, a maioria chefiadas por mulheres, sofrem um grande endividamento, com altas taxas e juros, o rico brasileiro é menos taxado do que na maioria dos países que compõe o G20.

A elite brasileira não tem motivos para reclamar. Para se ter uma ideia, nos dez anos de PT o número de bilionários brasileiros saltou de 6 para 65. Um recorde do qual não temos nenhum orgulho. 

Como pontuou com precisão Valério Arcary, em seu artigo 'Não existe uma nova classe média no Brasil', publicado no blog Convergência, "a desigualdade social brasileira não só não foi atenuada como aumentou, quando comparada com a situação ao final dos anos 80, ainda que o país esteja menos pobre. Menos pobreza, em termos absolutos, não deveria ser aceito como sinônimo de menos injustiça. (...) As políticas sociais compensatórias foram eficazes na redução da extrema miséria, mas são insuficientes para garantir uma desigualdade social menor. Alguns acreditam que o crescimento sustentado, diminuindo o desemprego, e elevando o salário médio, poderia garantir maior mobilidade social".

Qual é a realidade da trabalhadora brasileira?
Sejamos honestos: as mulheres trabalhadoras recebem 30% menos que os homens que executam as mesmas tarefas e são, em média, 70% chefes de família. Além disso, trabalham 3 vezes mais que os homens, por conta da dupla ou tripla jornada de trabalho que precisam desempenhar com as tarefas domesticas (limpeza, alimentação, etc) e cuidados na educação e desenvolvimento das crianças. São a maioria que enfrenta o precário e sucateado sistema de saúde e transporte público. 

Portanto, é impossível acabar com a desigualdade pelas próprias mãos. O que o PT e Dilma fazem com esse discurso é se eximir da responsabilidade de investir, criar e desenvolver políticas públicas sérias e efetivas no combate à violência a mulher e na melhoria dos serviços públicos.

Neste sentido, também somos obrigados a discordar de Dilma quando ela afirma, em sua propaganda, que “a mulher brasileira nunca teve tanto apoio como nos governos do PT... 779 mil mulheres com crédito rural... Mais de 5 milhões com microcrédito... 800 mil contratos Minha Casa, Minha Vida..quando a força da mulher encontra apoio nas políticas do governos abre-se um novo mundo de oportunidades”

Pelas próprias palavras da presidenta, o que podemos atestar é que o governo incentivou, na verdade, o endividamento das mulheres trabalhadoras e pobres, ao mesmo tempo em que garantiu muitos recursos financeiros para os bancos e muito lucro para os empresários da construção civil - um dos setores que mais injetaram e injetam dinheiro nas campanhas eleitorais do PT. 

O programa Minha Casa, Minha Vida, por exemplo, está longe de contemplar quem de fato está inserido no drama da moradia brasileira porque não encara como prioridade a faixa de renda mensal de 0 a 3 salários mínimos, que concentra 70% do déficit habitacional. Entre 2011 e 2014, apenas 15% das moradias do programa contemplaram famílias com renda de até R$ 1.600. Por isso, reivindicamos o artigo de Toninho Ferreira, quando diz que "essa situação se explica porque a política habitacional brasileira é feita para gerar lucros e incentivos aos grandes empresários da construção civil e do setor imobiliário, e não para resolver o problema habitacional, urbanístico e fundiário do Brasil".

Enquanto foram investidos bilhões de reais para a construção e reformas de estádios para a Copa do Mundo, nos 10 anos de governo do PT apenas R$ 0,26 centavos/mulher foram destinados para as políticas para mulheres. Isso mesmo, não há um erro de digitação. São vinte e seis centavos por mulher!

A teoria do empoderamento
Os números citados acima nos ajudam a chegar a uma conclusão: ter uma mulher no poder, em posições de destaque na política, na economia ou em qualquer outra esfera da sociedade é insuficiente. Não consegue, por si só, representar uma conquista prática para as mulheres trabalhadoras.

Esta é uma das grandes contradições da teoria do empoderamento - muito defendida por Dilma, pelo PT e pela maioria dos partidos que se reivindica de esquerda. Para eles, o empoderamento das mulheres seria uma das principais soluções, senão a principal, para acabar com o machismo e as mazelas que atingem as mulheres. 

De maneira muita simplificada, empoderar uma mulher é possibilitar que ela conquiste espaços antes ocupados apenas por homens. Mas nem todas as mulheres conquistam esses espaços, pois são reservados em sua maioria às mulheres burguesas. Afinal, são elas que - dentro de um cenário já muito desigual e reduzido - têm mais condições de competir com os homens que ocupam esses cargos. 

Ou seja, uma ínfima minoria de mulheres assume postos de poder. E isso de fato muda a realidade das mulheres trabalhadoras? Não. Porque no chão de fábrica, no lar, no transporte, na rua, a esmagadora maioria das mulheres continua sofrendo violência e se submete ao trabalho precário para sobreviver. 

Precisamos de mudanças profundas!
O PSTU exige que o governo implemente de fato políticas públicas eficazes no combate à violência com a ampliação da Lei Maria da Penha; combate ao assédio moral e sexual no trabalho; contra o Estatuto do Nascituro, que criminaliza a mulher e submete ao seu violentador; melhoria nos serviços públicos como creche e escola integrais; e saúde de qualidade e transporte público eficiente.

14 de março de 2014

Maria Antonieta (PMDB) e Aldo Rebelo (PCdoB), uma parceria contra o povo do Guarujá

14/03/2014 - Na manhã desta sexta-feira, 14 de fevereiro, o Ministro do Esporte, Aldo Rebelo (PCdoB), visitou Guarujá para fazer uma "vistoria" no Estádio Municipal Antônio Fernandes, que receberá os treinamentos da seleção da Bósnia. 

Na prática, ao lado da prefeita Maria Antonieta (PMDB), Aldo Rebelo desembarcou na Baixada Santista para tirar fotos à imprensa e fazer discursos ufanistas sobre o suposto "legado" de uma copa que antes mesmo de sua abertura já demonstra ser campeã no quesito desperdício de recursos públicos.

Guarujá é uma expressão contundente do desperdício de dinheiro público com um evento que será muito positivo... não para o povo, que desde as jornadas de junho exige saúde, educação, transporte e moradia de qualidade, mas sim para a FIFA e as empresas patrocinadoras do evento, que já vislumbram arrecadar lucros recordes no Brasil.

No total, serão investidos quase R$ 20 milhões em um estádio que após alguns meses não terá qualquer função social para a população. A remessa enviada pelo governador Geraldo Alckmin está estimada em R$ 12 milhões; já o Governo Dilma, através da pasta de Aldo Rebelo, estimou um repasse de R$ 4,5 milhões.

Tem dinheiro pra Copa, mas não tem pra saúde
Diante da situação caótica que vive a cidade, sobretudo em relação aos serviços públicos de saúde e à segurança, a afirmação "tem dinheiro pra Copa, mas não tem pra saúde" está na boca de muitas trabalhadoras e trabalhadores da cidade.

Há quem possa argumentar que não se pode misturar essa discussão, pois os recursos destinados à Copa não poderiam, de qualquer forma, ser investidos em saúde. No entanto, muito mais do que uma questão técnica ou administrativa, a aplicação de R$ 20 milhões em um estádio que servirá apenas de treinamento tem uma explicação fundamentalmente política: Dilma, Alckmin e Antonieta governam para os ricos, para os empresários, deixando ao povo pobre promessas, palavras ao vento e migalhas.

Afinal, como explicar tamanha disposição política para receber a Bósnia ao mesmo tempo em que a prefeita Maria Antonieta afirma, sem constrangimento, não ter recursos para contratar um pediatra para o Pronto Socorro de Vicente de Carvalho - distrito do Guarujá cuja população representa quase metade do total de habitantes do município (mais de 150 mil pessoas)?


Ato no dia 28/02, próximo à Prefeitura, cobra de Antonieta mais investimentos em saúde em Vicente de Carvalho

Além da falta de equipamentos básicos, como remédios e ambulâncias, o único Pronto Socorro que existe não dispõe de um único pediatra. Não por acaso, foi palco de uma tragédia anunciada em janeiro: por falta de atendimento, uma criança de um ano e oito meses faleceu.

Recentemente, Guarujá ainda ganhou um título ingrato: foi a cidade com maior taxa de roubos em 2013 no estado de São Paulo, fruto da falência de políticas públicas para a geração de empregos e formação educacional de qualidade.

Por isso, é com grande indignação que encaramos a visita de Aldo Rebelo ao Guarujá. Suas declarações estão desprezam por completo o drama de centenas de famílias que diariamente sofrem com o sucateamento dos serviços públicos. "Não estou satisfeito, estou muito satisfeito", disse o ministro sobre o estádio. Evidentemente, seria um tanto espinho se ele fosse forçado a responder, ao lado de Antonieta, se está satisfeito com a situação da saúde pública não só do Guarujá, mas de todo o país.

Na Copa vai ter luta! 
Desde as jornadas de junho, os governos vêm fazendo um enorme esforço para fechar o ciclo de lutas que se abriu quando milhões de brasileiros foram às ruas lutar contra as injustiças da Copa e exigir mais investimentos nos serviços públicos - completamente abandonados.

E essa tentativa não vem sendo feita apenas com declarações na imprensa, apenas pela disputa ideológica das palavras. Por trás de entrevistas como a de Aldo Rebelo, para quem "a grande manifestação será a realização da Copa, porque no futebol o que importa é o próprio futebol", existe um forte aparato repressivo para criminalizar os lutadores e transformar todos aqueles que vão às ruas em terroristas.

No Guarujá, um ato que reuniu mais de 100 pessoas no dia 28 de fevereiro contra o caos na saúde experimentou a repressão policial na pele. Um contingente desproporcional de policiais militares, auxiliados por dezenas de guardas municipais, foi destacado para intimidar e cercear o direito de manifestação. Por muito pouco não assistimos a uma violência gratuita contra mulheres e até mesmo crianças. Fuzis foram apontados para os manifestantes e um deles, o pai da criança que faleceu pelo descaso da Prefeitura, chegou a ser agredido fisicamente.









Na imagem, fica claro o aparato desproporcional destacado pela PM para intimidar o ato contra o caos da saúde

Para Aldo Rebelo, "há pequenos grupos interessados em perturbar a Copa" e que "se houver manifestações, serão mínimas". A realidade nos mostra o inverso. Está cada vez mais evidente que "nunca foi só por 20 centavos" e que o povo voltou a acreditar em suas próprias forças, voltou a experimentar o poder da luta direta. 

Os garis, com sua greve vitoriosa sobre o autoritarismo de Eduardo Paes, nos mostrou o caminho: é preciso lutar, é possível vencer. O povo do Guarujá vem se organizando. Maria Antonieta e Aldo Rebelo que se cuidem, porque na copa vai ter luta!

11 de março de 2014

CSP-Conlutas realiza 1° Encontro de Negras e Negros

Sob os ventos das mobilizações de junho – que também tem repercutido nos “rolezinhos” e nas rebeliões populares contra as péssimas condições de transporte e moradia que vem acontecendo desde o início do ano –  será realizado, no dia 23 de março, o I Encontro do Setorial de Negros e Negras da CSP-Conlutas, cujo tema é: Chega de racismo, violência, exploração e dinheiro para a Copa!

O principal objetivo do Encontro é aprofundar a organização de negros e negras, em aliança com movimentos sindical, estudantil, popular, indígenas, feminista e LGBT, buscando, também, discutir e construir um plano de luta e resistência, seja nas cidades, seja nas comunidades quilombolas. O Encontro será realizado Sindicato dos Metroviários de São Paulo e será precedido de dois importantes eventos.

A pauta do Encontro
No dia 21, às 19 horas, um ato público irá lembrar o Dia Internacional de Combate ao Racismo, criado em função de um dos episódios mais lamentáveis da história do racismo: o Massacre de Shaperville que deixou 69 mortos, na África do Sul, em 1960.

No sábado, dia 22, os ativistas do Setorial irão se juntar aos demais setores da CSP-Conlutas em um Encontro Nacional para preparar as mobilizações durante a Copa. Uma atividade fundamental também do ponto de vista racial, já que sabemos que são exatamente negros e negras os que mais sofrem com o desvio e confisco dos investimentos que deveriam ser destinados para moradia, transporte, saúde e educação. Neste dia, as atividades serão encerradas com uma “Festa Negra”

Durante o Encontro, no domingo, além de traçar um plano de luta contra a violência cotidiana provocada pela falta de acesso aos direitos mínimos, os negros e negras do Setorial irão lançar uma grande campanha contra um tipo ainda pior de violência: aquela que é praticada pela polícia (fardada ou encapuzada) e é responsável pelo genocídio da juventude negra nos bairros populares.

Por trás do racismo e do genocídio, a farsa da “democracia racial”
O Encontro também será uma oportunidade para desmascarar o “Mito da Democracia Racial” e da cordialidade entre todas as “raças”, uma ideologia que tenta “invisibilizar” o racismo, como forma de conter as rebeliões e levantes, mas que, contudo, não consegue resistir à realidade dos fatos.  

Esta farsa que prega que neste país negros e brancos convivem em perfeita harmonia tem sido contestada tanto pelas inúmeras demonstrações de racismo que vemos cotidianamente quanto pelas muitas lutas que têm sido travadas pelo movimento negro nas últimas décadas.

Em 2013, o sumiço do pedreiro Amarildo colocou em evidência a crueldade do racismo em um país onde ser negro significa ter 135% mais chances de ser assassinado do que um branco. Recentemente, vimos outro exemplo da brutalidade racista na imagem de um jovem acorrentado a um poste no Rio de Janeiro por “justiceiros” saudosos da época dos pelourinhos e senzalas (veja box abaixo).

No mesmo período, o jogador Tinga, do Cruzeiro, foi discriminado e hostilizado pela torcida durante a “Libertadores da América”, no México. E sua resposta deveria servir de exemplo para tantos outros jogadores que têm se calado diante do racismo  e da violência decorrente dele: “trocaria todos os seus títulos para que acabasse a discriminação racial e de classe em qualquer parte do mundo”. Uma reação que, com certeza, é um reflexo dos avanços do movimento negro através de suas lutas.

Algo que, lamentavelmente, também tem sido acompanhado pela violenta repressão patrocinada pelo Estado brasileiro – através dos governos municipais, estaduais e, também, o federal – e que tem se voltado, de forma crescente, contra os trabalhadores pobres (brancos ou negros), através das Unidades Pacificadoras (UPPs), as mesma que assassinaram Amarildo, ou a ação de justiceiros que, noite a após noite, promovem sangrentas chacinas nas periferias. 

Uma aliança de “raça e classe”
Não temos dúvidas que tudo isto só tende a se intensificar com a proximidade da Copa, o que também aumenta a importância do Encontro do Setorial de Negros e Negras da CSP-Conlutas, particularmente em um momento em que, infelizmente, boa parte das organizações negras foi cooptada pelo governo petista, deixando o movimento negro em uma enorme crise de direção.

Por isso mesmo, este Encontro tem como objetivo avançar na unidade de negros e negras e os demais setores da classe trabalhadora, numa aliança de “raça e classe”, independente dos patrões e dos governos, que ofereça uma alternativa para um combate sem tréguas contra o racismo e seus agentes.

Todos ao Encontro!  

Programação

21 de março, às 19h: Ato político no Dia Internacional de Luta contra o Racismo

22 de março, às 20h: Grande festa negra

23 de março, das 9h às 17h: I Encontro Nacional de Negras e Negros da CSP-Conlutas

Todas as atividades  ocorrerão no Sindicato dos Metroviários de São Paulo

 *Com contribuições de Yuri Rocha

Publicado originalmente no Opinião Socialista 475

Dia Internacional da Mulher Trabalhadora: 5 mil em SP

Nem a forte chuva que caía na capital paulista foi suficiente para espantar milhares de mulheres que se reuniram nesse ato do 8 de março em São Paulo. Cerca de cinco mil pessoas compareceram ao ato, que reuniu amplos setores do movimento sindical, popular, além de partidos políticos e movimentos feministas.

A concentração se iniciou no vão livre do Masp. "Estamos aqui nesse lugar simbólico onde, no ano passado, centenas de milhares vieram para exigir direitos como saúde e educação", afirmou Camila Lisboa, do Movimento Mulheres em Luta, ligado à CSP-Conlutas, e militante do PSTU, referindo-se às Jornadas de Junho. Camila denunciou a violência machista e lembrou da companheira Sandra Fernandes, ativista do MML e militante do PSTU morta a facadas junto a seu filho no dia 17 de fevereiro em Pernambuco. Sandra foi lembrada ainda nos adesivos e cartazes das ativistas do MML e do PSTU.

Além das críticas em relação aos gastos da Copa, o ato trouxe as reivindicações históricas do movimento feminista, como a luta contra a violência machista e o direito ao aborto. A heroica greve dos garis também foi lembrada em diversos cartazes de solidariedade. Felizmente, a chuva deu uma trégua e o sol abriu quando o ato saiu em passeata pela Avenida Paulista.

Palavras de ordem e paródias de músicas davam o tom bem-humorado do protesto, como o funk feminista: "O Estado é laico/ não pode ser machista/ O corpo é nosso/ não é da bancada moralista/As mulheres estão na rua por libertação/Lugar de estuprador não é na certidão" . Os gastos com a Copa também foram ironizados numa marchinha de carnaval."Essa Copa pra quem é/ Não é pra mulher, não é pra mulher/ Não tem dinheiro para Saúde, não tem para Educação/Não tem dinheiro para Transporte/E para Fifa tem mais de um bilhão", dizia a música no ritmo da marchinha Cabeleira do Zezé, revertendo o caráter homofóbico da canção num sentido feminista.

A passeata percorreu a Avenida Paulista e terminou na Praça Roosevelt, onde houve diversas falas das organizações e partidos envolvidos no ato. Ana Luiza Figueiredo falou em nome do PSTU, destacando o papel das mulheres nas principais lutas que ocorrem hoje no mundo. "Nós, mulheres trabalhadoras, estivemos à frente das revoluções do Norte da África, estamos na Síria, na Europa, e por toda a América Latina, onde trabalhadores e principalmente trabalhadoras se levantam contra a exploração e o capitalismo", destacou a dirigente.

Ana Luiza também criticou a falta de políticas públicas às mulheres por parte do governo Dilma e do governo municipal de Fernando Haddad (PT), destacando ainda a repressão aos movimentos sociais e as leis anti-manifestação. "Nós, mulheres, trabalhadores e a juventude, não vamos sair das ruas, não adianta o AI-5 da Dilma ou a repressão de Alckmin, nós não vamos deixar as ruas", disse.